Com preços em queda ao produtor e no atacado, pesquisadores do Cepea/Esalq avaliam que o tomate, apontado como um dos vilões recentes da inflação, fique mais barato também ao consumidor (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2013 às 15h53.
São Paulo - O preço do tomate recuou 40,2% no atacado e 43% ao produtor desde o pico de preços ocorrido na Semana Santa, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
Com a oferta em baixa e demanda em alta, na última semana de março o preço médio pago por varejistas a atacadistas na Ceagesp chegou a R$ 108,75 a caixa de 22 quilos, ou R$ 4,95 o quilo, e o produtor recebeu R$ 85,47 pela caixa na média das regiões que estão em colheita.
Segundo o Cepea/Esalq, logo após a Páscoa, os preços passaram a recuar: na primeira semana de abril, a média na caixa no Ceagesp foi de R$ 82,40 (R$ 3,75 o quilo), preço 24% menor que na Semana Santa. Ao produtor, a caixa recuou 18%, para R$ 70,81. Nesta semana, o preço médio no atacado foi de R$ 65,00 a caixa (R$ 2,95 o quilo) e ao produtor ficou em R$ 48,75 a caixa.
Para a instituição de pesquisa, a redução dos preços nos últimos dias ocorre principalmente pela queda na demanda, com a substituição do tomate por outros produtos. A oferta, por sua vez, ainda segue baixa nas principais regiões que abastecem o Sul e Sudeste do Brasil.
A menor oferta do tomate, segundo os pesquisadores do Cepea/Esalq, ocorreu pela diminuição da área cultivada nos dois últimos anos. Em 2012, a redução foi de 3%, mas a produtividade boa aumentou a oferta e derrubou os preços. Com isso, em 2013 a redução na área foi de 17,5% na média das regiões que colhem neste período e ainda não houve uma superprodução como no ano passado.
Com os preços em queda ao produtor e no atacado, pesquisadores do Cepea/Esalq avaliam que o tomate, apontado como um dos vilões recentes da inflação, fique mais barato também ao consumidor. A oferta deve ainda aumentar a partir de junho, quando as regiões que produzem na safra de inverno ampliem a colheita.