Economia

Temos hoje as menores taxas de juros reais, diz Dilma

Dilma Rousseff reiterou que o governo vem enfrentando a crise sem reduzir salários nem cortar empregos, tentando assegurar a qualidade de vida das pessoas


	Dilma: presidente disse que não criou nem recebeu "bolsa banqueiro"
 (Ichiro Guerra/Dilma 13)

Dilma: presidente disse que não criou nem recebeu "bolsa banqueiro" (Ichiro Guerra/Dilma 13)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 17h52.

Brasília - Incisiva, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, disse nesta quarta-feira que as taxas de juros reais alcançaram o menor patamar dos últimos 30 anos durante a sua gestão.

Dilma reiterou que o governo vem enfrentando a crise sem reduzir salários nem cortar empregos, tentando assegurar a qualidade de vida das pessoas.

"Eu sou uma pessoa previdente, trouxe a minha tabela, o que ela mostra? De 1995 até 2014, mas eu te garanto é que nos últimos 30 anos no mínimo, nós temos hoje as menores taxas de juros reais", disse Dilma, mostrando a jornalistas um gráfico.

"Se você ver a média (da taxa de juro real), em 1995-2002, foi 17%; a média 2003-2010 foi 8,2%; a média 2011-2014 foi 3,3%. Eu acho que é uma questão de dados, de compreensão dos acontecimentos." Ao falar do desemprego mundial, Dilma disse que enfrentou a crise financeira sem desempregar trabalhadores brasileiros, sem reduzir salários nem diminuir direitos sociais. "Nós fizemos uma política diante da crise que é diferente. Nós tivemos uma política completamente diferente. Nós não desempregamos, não reduzimos salários, não reduzimos direitos sociais, e não paramos de investir. Eles desempregaram, reduziram direitos sociais e pararam de investir e estão numa política chamada de austeridade", comparou a presidente.

"O que não é possível é se comportar aqui no Brasil como se não houvesse crise. Nós não estamos arrebentando, não. Não estamos revertendo nada (em relação aos índices de emprego na indústria). Em termos de emprego é bom aguardar pra gente avaliar como se desempenha agosto", disse.

"No ano passado diziam que a gente estava numa situação terrível. E fomos um dos países que mais cresceu. No ano passado diziam que o mundo ia cair na nossa cabeça. Não caiu. Vamos ter clareza de que estamos diante de uma situação bastante diferenciada."

Bancos

Em resposta à candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, Dilma disse que não criou nem recebeu "bolsa banqueiro".

O comentário faz alusão à socióloga Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú e integrante da coordenação da campanha da ambientalista.

"Eu não criei 'bolsa banqueiro' e também nunca recebi 'bolsa banqueiro'. Não recebi e não paguei", disse Dilma, em coletiva de imprensa concedida no Palácio da Alvorada.

Marina disse ontem que o governo petista criou a "bolsa empresários", a "bolsa banqueiros" e a "bolsa juros altos".

As declarações da ex-ministra do Meio Ambiente foram feitas após um vídeo de 30 segundos da campanha de Dilma sugerir a submissão de Marina aos banqueiros por defender a autonomia do Banco Central.

Ministérios

No início da coletiva, Dilma destacou que o seu governo criou duas secretarias - a Secretaria da Micro e Pequena Empresa e a de Aviação Civil.

A petista defendeu a atuação das duas pastas e criticou a proposta dos adversários de extinguir ministérios. "Me criticaram por ter criado ministérios, eu criei dois", disse Dilma.

Em outro momento, a presidente afirmou que "muita gente fala mal da pesca".

"Temos grande desafio na área da pesca, é muito cedo para falar em extinguir o Ministério da Pesca", ressaltou.

O comentário é uma resposta ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, que prometeu um "superministério" da Agricultura, fundindo o Ministério da Pesca à pasta.

Tributo

Dilma também prometeu criar uma nova faixa de tributação diferenciada para permitir que os empreendedores possam sair do sistema Simples de tributação para outros regimes tributários, sem serem demasiadamente penalizados.

"A minha proposta é fazer a rampa de transição, não é uma escada, uma rampa da transição do Simples Nacional para outros sistemas tributários, para não deixar que ele (o empreendedor) tenha medo de crescer", disse, sem explicar como seria este sistema de transição, nem qual seria o valor que o governo usaria para escalonar o aumento dos impostos.

Dilma também não informou quando apresentaria a proposta ou que mecanismo jurídico usaria para fazer a mudança.

"Queremos mudar os limites, criar uma transição de forma não abrupta", declarou a presidente Dilma, ao tentar explicar que quer beneficiar os microempresários, para que eles não tenham medo de crescer.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffJurosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresTaxas

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação