Temer: "Eu sinto que o povo já está compreendendo a indispensabilidade da Previdência" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 16h07.
Última atualização em 5 de dezembro de 2017 às 16h12.
Brasília - O presidente Michel Temer disse nesta terça-feira, 5, que a reforma da Previdência não deve ser pautada na próxima semana se a base governista não reunir votos suficientes para aprová-la. Temer disse que conversou sobre isso com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Evidentemente, temos que ver se tem votos. Se não tiver votos, não tem sentido colocar (em votação). Essa é a principal ideia. Eu acho que vai ser agora pelo que estou sentindo. Estou animadíssimo", disse Temer antes de almoçar no Itamaraty com o presidente boliviano, Evo Morales.
O presidente afirmou que, se a reforma passar, será necessário revisar as regras da aposentadoria em até dez anos. Do contrário, o próximo presidente teria que promover uma reforma mais pesada no prazo de dois anos.
"Eu sinto que o povo já está compreendendo a indispensabilidade da Previdência. Você faz uma reforma agora para fazer outra daqui a oito ou dez anos ou então tem que fazer uma daqui a um ou dois anos inteiramente radicalizada. Muito mais pesada do que aquela que faria hoje", disse. "Houve um bom esclarecimento sobre a reforma da Previdência, porque no primeiro momento houve uma campanha equivocada contra."
Temer afirmou que seu partido, o PMDB, vai tentar fechar questão para obrigar deputados a votarem a favor da reforma. Segundo ele, o PP e o PTB sinalizaram que farão o mesmo. "Há uma tentativa do PMDB de fechar questão, o PP talvez também feche. O PTB está fechando."
Temer disse que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), está disposto a votar a reforma em fevereiro de 2018, se aprovada na Câmara ainda neste ano. O presidente disse que, por enquanto, não haverá mais liberação de verbas em troca de votos, além dos R$ 3 bilhões anunciados na segunda-feira, 4, para prefeitos e condicionados à aprovação da reforma pelos parlamentares.
O presidente minimizou as críticas do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, àindecisão do PSDB quanto à reforma. "Ele fez uma declaração de acordo com as concepções dele. Mas nada agressivo com relação ao PSDB. Foi uma análise sociológica", disse Temer.