Economia

Temer pede empenho de ministros para votação da meta fiscal

O presidente quer a aprovação, de preferência até amanhã, do PL que eleva para R$ 159 bilhões as metas fiscais para este e o próximo ano

Michel Temer: o projeto de lei eleva para R$ 159 bilhões as metas fiscais para este e o próximo ano (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Michel Temer: o projeto de lei eleva para R$ 159 bilhões as metas fiscais para este e o próximo ano (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de agosto de 2017 às 20h36.

Última atualização em 28 de agosto de 2017 às 20h38.

Brasília - Na reunião ministerial, convocada um dia antes de se ausentar do País por uma semana, o presidente Michel Temer pediu empenho de todos os ministros políticos do governo para tentar garantir a aprovação, o mais rápido possível, de preferência ainda até amanhã, do projeto de lei que eleva para R$ 159 bilhões as metas fiscais para este e o próximo ano.

O presidente fez questão de avisar a todos, no entanto, que "a reforma da previdência não foi abandonada", ao contrário, será levada adiante porque ela terá de ser feita, de qualquer jeito, e se for levada à frente, agora, facilitará o próximo governo que for eleito.

Temer quer ver aprovado ainda neste período de sua viagem a nova TLP, taxa de empréstimos do BNDES e Refis.

O presidente está muito preocupado com o entrave na máquina pública e precisa da aprovação do aumento da meta para poder liberar os gastos públicos e investimento em setores estratégico.

"Se não aprovarmos a nova meta, vamos ter que cortar fundo no orçamento de todos", avisou.

Temer mandou ainda que todos entreguem um balanço das suas principais ações do governo em suas pastas, nos últimos 15 meses.

O objetivo é responder às críticas e mostrar que o governo está trabalhando e como está trabalhando, para apresentar resultados à sociedade.

Com isso, o governo quer também reverter a batalha da comunicação que reconhece que tem perdido diuturnamente. Na reunião, o presidente Temer avisou ainda que quer retomar as reuniões setoriais com os ministros quando voltar da China e focar na gestão.

Temer quer, ainda, empenho e alerta de ministros e líderes na defesa do seu governo, ainda mais neste momento em que há uma expectativa de que o procurador da República, Rodrigo Janot, poderá apresentar a segunda denúncia contra ele, quando estiver viajando para a China, para a reunião dos Brics.

E nesta tentativa de reverter a batalha perdida da comunicação, o presidente Temer, depois de se pronunciar na reunião ministerial determinou aos ministros do Meio Ambiente, Sarney Filho, e das Minas e Energia, Fernando Coelho Bezerra, deixassem a reunião e fossem anunciar o novo decreto que tenta detalhar toda a ação do governo em relação à reserva nacional do cobre e seus associados, Renca.

Temer quer reação dos ministros aos ataques contra o governo. Embora não querendo admitir formalmente que, neste caso, o governo perdeu a batalha da comunicação, já que foram necessárias várias entrevistas e explicações para tentar reverter o cenário negativo criado com o anúncio da medida, o ministro das Minas e Energia disse que "houve uma confusão quando se falou em reserva mineral e houve associação a reserva florestal, que não é e sempre foi reserva mineral".

Na reunião ministerial, Temer pediu "empenho total" dos ministros políticos e dos líderes dos partidos da base aliada para aprovar as medidas prioritárias.

Ele vai se encontrar com alguns destes líderes ainda hoje, justamente para reforçar a estratégia, a fim de garantir a aprovação dos 3 pontos fundamentais pro governo neste momento - meta, refis e TLP.

O presidente anunciou ainda que, em seguida, quer levar adiante a simplificação tributária. Sobre reforma política, preferiu deixar o assunto com a Câmara.

Indicações

Em entrevista coletiva após a reunião ministerial, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o governo não teme retaliações por estar demitindo do governo aliados de deputados de partidos da base que votaram a favor da aceitação da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer.

Segundo o ministro, o governo está dando "tratamento correspondente" a esses parlamentares.

"Só houve e só haverá demissão nas indicações de parlamentares que resolveram não se perfilar com o governo. O que está se dando é um tratamento correspondente", afirmou o ministro.

Após comentar o clima da reunião, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu que a área econômica é hoje a principal fonte de entusiasmo no governo.

Meirelles afirmou que o clima do encontro foi forte, de "confiança" e de "entusiasmo" com o que já foi feito e está sendo feito pelo governo.

"E principalmente com os resultados que estão sendo alcançados principalmente pela área econômica", afirmou. "É o emprego, o crescimento, a taxa de juros e inflação caindo", completou.

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