Economia

Temer afirma que há pessoas "dispostas a desestabilizar o país"

Após prisão de amigos, presidente acusou "essas pessoas", a quem não nominou, de não sentirem "a brasilidade no coração"

Michel Temer: "Por mais que as pessoas protestem, por mais que as pessoas tentem segurar o crescimento do país, não conseguirão, porque o Brasil é maior que todos" (Paulo Whitaker/Reuters)

Michel Temer: "Por mais que as pessoas protestem, por mais que as pessoas tentem segurar o crescimento do país, não conseguirão, porque o Brasil é maior que todos" (Paulo Whitaker/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 2 de abril de 2018 às 18h06.

São Paulo - O presidente Michel Temer usou nesta segunda-feira seu discurso no Fórum Econômico Brasil-Países Árabes para criticar indiretamente a mais recente operação que levou à prisão seus amigos José Yunes, o coronel João Batista Lima Filho e o ex-ministro Wagner Rossi e afirmou que há pessoas "dispostas a desestabilizar o país" com "gestos irresponsáveis".

Desde as prisões, revertidas no última sábado, depois dos acusados prestarem depoimento, o Palácio do Planalto reagiu com entrevistas do porta-voz informal do governo, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e uma dura nota divulgada na sexta-feira. Temer, no entanto, não tratou diretamente do tema.

"Nesses quase dois anos de governo não foram poucos os embaraços e as oposições que nós sofremos, até gente disposta a desestabilizar o país com gestos extremamente irresponsáveis, que tem naturalmente repercussão internacional", disse o presidente em São Paulo.

Temer acusou "essas pessoas", a quem não nominou, de não sentirem "a brasilidade no coração".

"Apesar de tudo isso nós vencemos todas as dificuldades e chegamos onde estamos", disse. "Por mais que as pessoas protestem, por mais que as pessoas tentem segurar o crescimento do país, não conseguirão, porque o Brasil é maior que todos."

Na última quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso autorizou, a pedido da Procuradoria-Geral da República, a prisão de Yunes, Lima e Rossi, além do dono da empresa Rodrimar, Celso Grecco.

Mesmo com a soltura de todos ainda no sábado, depois de prestarem depoimento, a ação foi vista no Planalto como um cerco ao presidente e uma tentativa de fazer chegar o inquérito até ele. Apesar das negativas oficiais, o governo teme uma terceira denúncia contra Temer.

Na semana anterior, mesmo com apenas 1 por cento de intenções de voto e uma rejeição de mais de 70 por cento, o presidente passou oficialmente a admitir que pode ser candidato à Presidência para "defender seu legado".

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoJustiçaMichel TemerSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega