Economia

Temer admite que reforma pode economizar menos de R$600 bi

O projeto de reforma da Previdência enviado pelo governo ao Congresso previa uma economia de 800 bilhões de reais em 10 anos

Temer: "Se não for 600 bilhões, e eu não vou fixar números, pode ser 580 bilhões. Enfim, há uma grande redução do déficit" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: "Se não for 600 bilhões, e eu não vou fixar números, pode ser 580 bilhões. Enfim, há uma grande redução do déficit" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de abril de 2017 às 16h02.

Brasília - O presidente Michel Temer admitiu nesta quarta-feira que a economia com a reforma da Previdência pode ficar abaixo de 600 bilhões de reais depois das mudanças feitas no projeto original do governo, que estimava inicialmente economizar 800 bilhões de reais em 10 anos com a reforma previdenciária.

"Se não for 600 bilhões, e eu não vou fixar números, pode ser 580 bilhões. Enfim, há uma grande redução do déficit. A redução inaugural seria de cerca de 800 bilhões. Com os ajustamentos caiu a 600, 580 bilhões, mas sempre uma redução substanciosa, o que significa uma reforma útil da Previdência Social", disse Temer a repórteres ao final de eventos para comemoração pelo dia do diplomata no Palácio do Itamaraty.

O projeto de reforma da Previdência enviado pelo governo ao Congresso previa uma economia de 800 bilhões de reais em 10 anos.

Depois das mudanças preparadas pelo relator, Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA), com aval do Planalto, a equipe econômica falava em 630 bilhões de reais.

No entanto, depois disso Oliveira Maia fez mais alterações, algumas --como a redução da idade mínima da mulher trabalhadora rural e do tempo de contribuição dos trabalhadores rurais-- sem negociar com o governo.

Temer afirmou que os "ajustamentos" e "readequações" são necessários para aprovar a reforma na Câmara e no Senado, e que sempre se soube que o projeto do governo teria que ser negociado com os parlamentares.

Desde o início da preparação do projeto, no entanto, o governo defendia que seria preciso fazer a reforma "necessária" e não a "possível", uma maneira de dizer que o governo não pretendia fazer alterações significativas no texto.

"Mas a pergunta é: vale a pena reduzir o déficit ou não fazer nada?", disse Temer.

O presidente defendeu que a situação agora está "ajustada", mas não quis arriscar um placar para a votação no plenário da Câmara.

O presidente também negou que haja um atraso no cronograma. Na quarta-feira, o governo cedeu à pressão da oposição e concordou em adiar a votação na comissão especial da Câmara para o início de maio, depois de ter colocado como objetivo começar a apreciação já na semana que vem.

"Não, não atrasou nada. E, olhe, se atrasar e for para benefício da reforma, não há razão para invocar atraso. O que há é razão para dizer 'que bom, houve atraso de uma semana para melhorar a proposta, para fazer algo compatível com que o Congresso deseje e a sociedade brasileira quer'", afirmou.

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