Economia

Taxa de desemprego fica em 7,6% em janeiro, com crescimento da ocupação e rendimento

Na comparação com o mesmo período de 2023, a taxa de desocupação recuou 0,7 ponto percentual

Desemprego: taxa ficou estável em comparação com o trimestre anterior (Amanda Perobelli/Reuters)

Desemprego: taxa ficou estável em comparação com o trimestre anterior (Amanda Perobelli/Reuters)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 09h07.

Última atualização em 29 de maio de 2024 às 08h54.

A taxa de desemprego ficou em 7,6% no trimestre encerrado em janeiro de 2024. O resultado é o mesmo em relação aos três meses anteriores. Na comparação com o mesmo período de 2023, a taxa de desocupação recuou 0,7 ponto percentual.

A população desocupada, parcela que estava em busca de trabalho, chegou a 8,3 milhões, mantendo-se estável na comparação trimestral e recuando 7,8% (menos 703 mil pessoas) no ano.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa do mercado financeiro era de uma taxa de 7,8%. 

Taxa de desemprego no Brasil em janeiro de 2024

  • A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,6no trimestre de novembro de 2023 a janeiro de 2024

Por que o desemprego ficou estável em janeiro de 2024?

Segundo a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, a estabilidade da taxa e do contingente de desocupados na comparação trimestral pode ser explicada pela sazonalidade do mercado de trabalho, com a desocupação se reduzindo no final do ano e aumentando nos primeiros meses do ano seguinte.

"Há uma tendência sazonal. Em alguns anos, essa sazonalidade pode ser maior, ou menor. Nessa entrada do ano de 2024, o que a gente percebe é uma estabilidade, justamente porque a população desocupada não teve expansão tão significativa nesse trimestre encerrado em janeiro de 2024”, disse. 

Número de população ocupada sobe em janeiro

O número da população ocupada chegou a 100,6 milhões de trabalhadores, com altas de 0,4%, mais de 387 mil pessoas, em comparação com o último trimestre móvel. Em relação a janeiro de 2023, o aumento foi de 2%, mais de 1,957 milhão de pessoas. 

As atividades que puxaram a alta na comparação trimestral foram Transporte, armazenagem e correio (4,5%, ou mais 247 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (1,9%, ou mais 241 mil pessoas) e Outros serviços (3,1%, ou mais 164 mil pessoas).

“Na série histórica da PNAD Contínua, costumamos ter uma estabilidade da população ocupada no trimestre encerrado em janeiro, ou até mesmo uma queda dessa população, fato que não está ocorrendo agora, em 2024. Pelo contrário, vemos uma expansão da ocupação”, disse Beringuy.

Rendimento médio real sobre 1,6%

A PNAD mostra ainda que o  rendimento médio real habitual dos trabalhadores chegou a R$ 3.078 no trimestre móvel encerrado em janeiro de 2024, com a alta de 1,6% no trimestre e de 3,8% no ano, já considerando os efeitos da inflação nesses períodos. 

O aumento é explicado pelas altas do rendimento na Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, 2,2%, ou mais R$ 94, e Serviços domésticos , 2,5%, ou mais R$ 28. O avanço foi registrado também em segmentos mais informais, como trabalhadores sem carteira assinada e dos empregados domésticos sem carteira assinada.

Na comparação com janeiro de 2023, a alta foi observada na Indústria; Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas; Transporte, armazenagem e correio; Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais e Serviços domésticos. 

Com os resultados, a massa de rendimento subiu 2,1% na comparação trimestral e 6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, chegando a R$ 305,1 bilhões, novo recorde da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.

Acompanhe tudo sobre:Desemprego

Mais de Economia

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês

Rui Costa diz que pacote de corte de gastos não vai atingir despesas com saúde e educação