Economia

Desemprego fica em 11,2% em janeiro e atinge 11,9 milhões de pessoas

A leitura é a menor para trimestres encerrados em janeiro desde 2016. Número de carteiras assinadas cresce

Emprego: renda média real do trabalhador foi de R$ 2.361 no trimestre encerrado em janeiro (Paulo Whitaker/Reuters)

Emprego: renda média real do trabalhador foi de R$ 2.361 no trimestre encerrado em janeiro (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 09h35.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2020 às 10h50.

São Paulo — A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, são 11,9 milhões de pessoas desocupadas no Brasil. Ainda assim a leitura é a menor para trimestres encerrados em janeiro desde 2016.

Tanto na comparação com o trimestre anterior, encerrado em outubro, quanto em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a taxa mostrou queda (-0,4 ponto percentual e -0,8 p.p., respectivamente).Em relação ao trimestre encerrado em dezembro, houve alta de 0,2 p.p.

O resultado ficou ligeiramente abaixo das expectativas de analistas ouvidos pela pela Reuters e pelo Projeções Broadcast - que estimavam uma taxa de desemprego entre 10,8% e 11,7%, com mediana de 11,3%.

Gráfico - IBGE - 2020-2-28

O IBGE ressalta que o contingente de pessoas ocupadas (94,2 milhões) apresentou estabilidade em relação ao trimestre encerrado em dezembro. Porém, comparado ao mesmo período de um ano atrás, houve crescimento da ocupação, um adicional de 1.860 mil pessoas.

"O mercado de trabalho abriu 2020 numa condição melhor do que em anos anteriores", afirmou a analista da pesquisa no IBGE, Adriana Beringuy.

Entre novembro e janeiro, o Brasil tinha 94,151 milhões de pessoas ocupadas, contra 94,552 milhões no trimestre até dezembro e 92,291 milhões no ano anterior.

O total de desempregados foi a 11,913 milhões, de 11,632 entre outubro e dezembro e 12,625 milhões no mesmo período de 2019.

O ano de 2019 foi profundamente marcado pela informalidade, que ajudou a baixar a taxa de desemprego, mas o ano iniciou com aumento na carteira assinada.

Informalidade cai, mas ainda está alta

A taxa de informalidade recuou de 41,2% no trimestre de agosto a outubro de 2019 para 40,7% no trimestre encerrado em janeiro de 2020, segundo o IBGE.

O recuo, de acordo com a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy, está associado à redução de aproximadamente 479 mil trabalhadores informais em relação ao trimestre móvel anterior.

Já o número de carteiras assinadas mostrou alta de 1,5% na mesma comparação, com mais 540 mil pessoas. Na comparação anual, a alta foi de 2,6% (acréscimo de 845 mil pessoas).

O IBGE destaca que, no setor privado, houve manutenção do aumento do emprego com carteira assinada. A estabilidade teve relação com a desaceleração da atividade no final de 2019.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.361 no trimestre encerrado em janeiro. O resultado mostra estabilidade em relação ao número do mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 217,399 bilhões no trimestre até janeiro, alta de 2,2% ante igual período do ano anterior, segundo o IBGE.

Na véspera, o Ministério da Economia informou que os dados de janeiro do Caged, sobre abertura formal de vagas de emprego no país, sairão apenas na segunda quinzena de março.

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