Economia

Tasso: revisão da meta é para governo ganhar "folga" no Orçamento

A previsão do rombo nas contas públicas deve passar de R$ 139 bilhões para R$ 159,5 bilhões, o mesmo valor verificado no ano passado

Tasso Jereissati: "Pelo que estou vendo eles querem dar mais uma folguinha" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Tasso Jereissati: "Pelo que estou vendo eles querem dar mais uma folguinha" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de agosto de 2017 às 18h14.

Brasília - O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), afirmou nesta terça-feira, 15, entender como uma tentativa de o governo ganhar uma "folguinha" no Orçamento a revisão da meta fiscal de 2017.

A previsão do rombo nas contas públicas deve passar de R$ 139 bilhões para R$ 159,5 bilhões, o mesmo valor verificado no ano passado. Houve, porém, pressão para que o déficit pudesse ser maior.

O Ministério da Fazenda marcou para as 18h de hoje o anúncio oficial. "Pelo que estou vendo eles querem dar mais uma folguinha", afirmou Tasso a jornalistas. "Com isso a gente não concorda, se tem que ter uma mudança de meta tem que ser no limite mesmo."

O senador cearense, que assumiu o partido após o afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG), é um dos defensores da saída do PSDB do governo.

O tucano contou ter se encontrado com o presidente Michel Temer na semana passada, na casa do empresário Abilio Diniz, em São Paulo. Na ocasião, Temer pediu apoio do partido para aprovação das reformas tributárias e da Previdência no Congresso.

"Eu deixei bem clara qual era a minha posição, e a conversa foi muito boa, muito alegre, do estilo do presidente. Eu disse que não se preocupasse com cargos que não vamos mudar um milímetro de posição das reformas por causa de cargo, isso não era nosso problema", afirmou o senador, que se diz favorável às duas reformas.

Reforma política

Tasso também afirmou não haver consenso sobre os temas da reforma política em discussão na Câmara. Segundo ele, é necessário que seja feita uma nova rodada de conversas com presidentes de partidos para que os assuntos sejam discutidos.

"O fundão, do jeito que está, eu sou contra. Como você vai votar na mesma época em que está se discutindo o aumento do déficit para bilhões e bilhões?", indagou o tucano, em referência à criação de um fundo eleitoral com dinheiro público para bancar as campanhas eleitorais no ano que vem.

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