Supermercados: 32% de todo o faturamento saiu das caixas registradoras dos estabelecimentos de São Paulo. (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2013 às 16h56.
São Paulo - O setor de supermercados do Brasil prevê que suas vendas subam 8,7% neste ano, até os R$ 264 bilhões, e 9% em 2014, segundo informou nesta segunda-feira Fernando Yamada, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Em 2012, o faturamento foi de R$ 242,9 bilhões, um número que equivale a 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, após uma alta de 8,3% com relação ao ano anterior, de acordo com os dados apresentados hoje pela Abras.
Um vez descontada a inflação, o aumento real foi de 2,4%, um número maior que o crescimento geral do PIB do Brasil em 2012, de apenas 0,9%, o que revela a resistência do setor à desaceleração da economia no ano passado.
32% de todo o faturamento saiu das caixas registradoras dos estabelecimentos de São Paulo.
O setor acredita que pode elevar sua participação na economia até 6% do PIB e criar 1,7 milhão de novos empregos se o Governo realizar uma redução de impostos trabalhistas e a extensão de vantagens tributárias por investimento solicitadas pela Abras, explicou Yamada.
Nesse caso, os supermercados poderiam aumentar o faturamento em 28% no total neste ano e no seguinte, o que situaria nos R$ 313 bilhões, segundo as estimativas.
O presidente da Abras se queixou do alto nível de tributação no Brasil e também afirmou que o Governo teve "pouca atenção" para melhorar a infraestrutura, especialmente as estradas, o que tem um impacto negativo no setor.
A Abras apresentou os números em entrevista coletiva por conta da inauguração hoje do 29º Congresso e Feira de Negócios em Supermercados, conhecida como Feira APAS, que de acordo com seus organizadores é a maior feira do mundo desse setor.
João Galassi, presidente da Associação Paulista de Supermercados (APAS), destacou na entrevista coletiva o aumento nos últimos anos da venda de produtos pré-lavados e pré-cozidos no Brasil, um fator que modificará inclusive "o perfil da construção civil", na sua opinião.
Para evitar cheiros nas casas, a cozinha tradicionalmente separada se integrará à sala devido ao maior uso de produtos pré-cozidos, explicou.
Galassi destacou também o débil desempenho das marcas próprias dos supermercados no Brasil, que contrasta com a situação na Europa, onde é muito alta a venda de bens com seu próprio nome ou de linhas próprias com um nome novo.
"No Brasil ainda os consumidores têm desejo pelas marcas (de terceiros)", disse.