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Superávit de 1,2% é quase impossível, diz economista

Após a divulgação de resultados pelo Tesouro Nacional, especialista crê que atingir a meta é improvável

Contas: dados do Tesouro divulgados nesta terça-feira apontaram um déficit de R$ 7,357 bilhões no mês passado (Dave Dugdale/Creative Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2015 às 11h22.

Ribeirão Preto - O economista e professor doutor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Geraldo Biasoto Júnior, afirmou nesta terça-feira, 31, que a meta de superávit primário das contas públicas brasileiras, de 1,2% do Produto Interno Bruto ( PIB ) em 2015, se tornou "praticamente impossível" após o desempenho do Governo Central em fevereiro de 2015.

Dados do Tesouro divulgados nesta terça-feira apontaram um déficit de R$ 7,357 bilhões no mês passado e um acumulado negativo de R$ 24,9 bilhões em 12 meses.

"Para chegarmos a esse porcentual (de 1,2% do PIB), ou um total de R$ 66 bilhões, o governo central teria de contribuir com R$ 55 bilhões de superávit", disse.

"Ou seja, é praticamente impossível, pois o governo teria de tirar uma diferença de quase R$ 80 bilhões até o final do ano, em um cenário de queda de receita e aumento nos gastos, principalmente com a Previdência", completou.

A Previdência, aliás, foi o destaque negativo, segundo Biasoto, no resultado do governo central de fevereiro, com um crescimento nominal de 17,8% ante fevereiro de 2014, alta de 9,4% já descontado o IPCA.

"Enquanto a receita da Previdência cresceu apenas R$ 1,6 bilhão, a despesa saltou R$ 5 bilhões. Isso explica quase metade do déficit total do governo central", disse Biasoto.

Para ele, "o drama" em 2015 é que a curva ascendente de aumento forte na receita da Previdência será revertida com o aumento do desemprego e a queda na renda. Enquanto isso, a curva também em alta das despesas seguirá crescendo.

"As duas linhas divergirão com o mercado de trabalho ruim a renda recuando, o que vai ser um grande problema ao Tesouro".

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Dados do Tesouro divulgados nesta terça-feira apontaram um déficit de R$ 7,357 bilhões no mês passado e um acumulado negativo de R$ 24,9 bilhões em 12 meses.

"Para chegarmos a esse porcentual (de 1,2% do PIB), ou um total de R$ 66 bilhões, o governo central teria de contribuir com R$ 55 bilhões de superávit", disse.

"Ou seja, é praticamente impossível, pois o governo teria de tirar uma diferença de quase R$ 80 bilhões até o final do ano, em um cenário de queda de receita e aumento nos gastos, principalmente com a Previdência", completou.

A Previdência, aliás, foi o destaque negativo, segundo Biasoto, no resultado do governo central de fevereiro, com um crescimento nominal de 17,8% ante fevereiro de 2014, alta de 9,4% já descontado o IPCA.

"Enquanto a receita da Previdência cresceu apenas R$ 1,6 bilhão, a despesa saltou R$ 5 bilhões. Isso explica quase metade do déficit total do governo central", disse Biasoto.

Para ele, "o drama" em 2015 é que a curva ascendente de aumento forte na receita da Previdência será revertida com o aumento do desemprego e a queda na renda. Enquanto isso, a curva também em alta das despesas seguirá crescendo.

"As duas linhas divergirão com o mercado de trabalho ruim a renda recuando, o que vai ser um grande problema ao Tesouro".

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