Economia

Suécia quer reduzir imposto para estimular cultura do reparo

O governo sueco tem um plano intrigante para incentivar os consumidores a reutilizar os seus itens antigos em vez de simplesmente substituí-los por novos


	Inversão de valores: governo sueco busca reduzir a cultura do descarte e incentivar hábitos mais sustentáveis.
 (Thinkstock)

Inversão de valores: governo sueco busca reduzir a cultura do descarte e incentivar hábitos mais sustentáveis. (Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 21 de setembro de 2016 às 15h00.

São Paulo - Políticas de incentivos fiscais geralmente entram em cena para estimular o consumo de novos bens e serviços e, por tabela, aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) potencial de um país. Mas, agora, a Suécia pretende lançar mão desse mecanismo de uma forma diferente: o país não faz muita questão de que as pessoas comprem novas roupas, bikes e eletrodomésticos, mas que elas consertem esses produtos.

O plano intrigante do governo sueco busca reduzir a cultura do descarte e incentivar hábitos mais sustentáveis. Para isso, o país pretende baixar o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), que incide sobre a despesa ou consumo e tributa o “valor acrescentado” das transações efetuadas, para serviços de reparo.

A proposta, que será votada pelo parlamento sueco em dezembro, poderá reduzir em até 25% a taxa de imposto IVA aplicado aos consertos de bicicletas, roupas e sapatos, a fim de incentivar os consumidores a reutilizar os seus itens antigos em vez de simplesmente substituí-los.

Ela também permitirá que os consumidores peçam a devolução de até metade do imposto de renda sobre o custo de reparos de aparelhos de grandes dimensões, como fogões, geladeiras e máquinas de lavar.

"Acreditamos que isso poderia reduzir substancialmente o custo e assim tornar mais racional o comportamento econômico para reparação de bens", disse ao The Guardian, Per Bolund, ministro da Suécia para os mercados financeiros e membro do Partido Verde.

Com a medida, as autoridades suecas também esperam reduzir as emissões de carbono do país e sua pegada ecológica, além de proporcionar emprego para imigrantes sem educação formal com  oflorescimento da indústria de reparos.

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