Economia

PT chega a uma encruzilhada

Partido dos Trabalhdores agoniza, e afastamento de Lula pode estar mais próximo do que se imagina

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

Com ou sem um processo de impeachment, será difícil resgatar na população a esperança, como pediu em seu pronunciamento desta sexta-feira (12/8) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cada vez mais próximo das denúncias de corrupção que já derrubaram ministros, diretores de estatais e toda direção do Partido dos Trabalhadores, Lula testa a confiança dos seus 53 milhões de eleitores.

Mas o partido já sofre um "lento processo de deterioração", na palavras do cientista político Francisco Weffort, que evita falar em impeachment. Ex-ideólogo do PT, Weffort diz que "Lula é sustentado pela convicção das elites de que não convém um abalo muito forte do sistema político". Mesmo considerando o discurso do PFL, em geral mais duro do que o adotado pelo PSDB, ninguém vai se engajar muito intensamente na condução do processo de impeachment até as últimas consequências.

Lula tenta desviar a atenção para a necessidade de reforma política e da banda podre do partido que decidiu fundar em 1980. Mas, exitoso ou não, o que consegue é prolongar a agonia da base governista, evidenciada ora pelo choro nas salas da Câmara dos Deputados ou do Senado, ora pela queda de partidários. "O que resta é uma lenta agonia. Vamos ter de carregar essa cruz", diz Weffort.

Quem considera mais provável a repetição do roteiro protagonizado pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, não hesita: a agonia do atual governo está com os dias contados. O afastamento será ou pela renúncia de Lula ou por impeachment. "Minhas únicas dúvidas são se o Lula renuncia antes do impeachment e qual será o tipo de reação do PT em articulação com os movimentos sociais, especialmente com o MST", diz Carlos Pio, cientista político da Universidade de Brasília (UnB). De fato, os acontecimentos têm sido mais rápidos que a própria política.

A despeito das declarações cautelosas e dos interesses eleitorais do PSDB, as investigações se aproximaram muito do presidente da República. "Hoje mesmo já percebemos que parlamentares tucanos elevaram o tom", diz Pio.

Qual poderá ser o resultado para a governabilidade do país se um eventual afastamento de Lula se confirmar? Pode ser nulo. Como o próprio presidente afirmou hoje, o Brasil possui instituições democráticas sólidas e uma economia bem estruturada. Carlos Pio diz, confiante: "Não haverá riscos institucionais à democracia com o impeachment".

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