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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.
A parcela da dívida pública mobiliária federal interna atrelada à taxa de câmbio, considerando-se as operações de swap, caiu em 12,1 bilhões de reais em dezembro do ano passado de 23,8% em novembro para 22,06%. É o menor percentual desde outubro de 2000. Em dezembro de 2002, a parcela atrelada à moeda estrangeira chegou a representar 37% da dívida. O resultado consta da nota de Mercado Aberto divulgada nesta quarta-feira (21/1) pelo Tesouro Nacional.
A queda de dezembro, avalia o próprio Tesouro, reflete o resgate líquido de 10,5 bilhões de reais em títulos e swaps cambiais e o efeito da apreciação do real, da ordem de 3,3 bilhões de reais. Ao longo do ano passado, a redução da exposição ao câmbio chegou a 69,18 bilhões de reais.
Desconsiderando as operações de swap, a parte da dívida exposta à moeda estrangeira também sofreu ligeira redução em dezembro: passou de 11,2% para 10,8%. O percentual ficou abaixo do limite mínimo de 13% estabelecido no Plano Anual de Financiamento (PAF), da Secretaria do Tesouro Nacional. Também fechou o ano bem abaixo do resultado de dezembro de 2002, da ordem de 22%.
O estoque total da dívida, no entanto, atingiu 731,4 bilhões de reais, um aumento de 0,43% em relação ao mês anterior. Ficou abaixo do limite máximo previsto no PAT (750 milhões de reais), mas é o maior montante já registrado.
Na avaliação da corretora GlobalStation, a melhora no perfil da dívida pública ainda está aquém do desejado , em grande medida por conta da fatia vinculada à Selic. Essa parcela representa 50,08% do total, 366,31 bilhões de reais. Somando-se a parte da dívida atrelada à Selic com a do câmbio, chega-se a 72,14% do total , diz o relatório de mercado divulgado pela corretora. Essa proporção mostra como o país ainda pode sofrer impacto de depreciações cambiais, como as que ocorreram em 1999 e 2002. Em dezembro de 2002, por exemplo, os títulos corrigidos pela Selic e pelo câmbio representavam 83,21% do total.