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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h31.
Uma boa notícia rodeada por ressalvas. Assim foi a divulgação da pesquisa de emprego pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego apurada pelo instituto caiu 1 ponto percentual entre novembro e dezembro, para 9,6%, e alcançou o mais baixo resultado desde o início da pesquisa, com nova metodologia, em outubro de 2001. A média de 2004 ficou em 11,5%, ante 12,3% de 2003. Mas o rendimento médio real do trabalhador também caiu e está 1,8% menor do que o vigente em novembro (um dado que assombra o comércio). Entre os motivos apontados para a queda de rendimento em dezembro o principal é o aumento das contratações temporárias, típicas do final de ano. A remuneração desse tipo de empregado é sempre menor.
Comparando dezembro de 2004 com dezembro de 2003, o emprego formal (com carteira de trabalho assinada) avançou 4,2%. Mas o emprego informal aumentou 5,5%, portanto prossegue com força a informalidade no mercado de trabalho.
Nos dois anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (que prometeu na campanha eleitoral gerar 10 milhões de empregos durante sua gestão), o número de pessoas ocupadas avançou apenas 1,4 milhão, comparando-se o total ocupado em dezembro de 2002 (18,080 milhões) com o pessoal ocupado no mês passado (19,498 milhões).
No caso dos trabalhadores com carteira de trabalho assinada, o avanço é ainda mais tímido. O total de empregados com esse privilégio em dezembro do ano passado foi de 10,916 milhões de pessoas, ante 10,088 em dezembro de 2002. Ou seja, com carteira assinada, houve um incremento de apenas 828 mil postos.
Segundo os economistas do Credit Suisse First Boston (CSFB), uma das implicações dos números que o IBGE anunciou nesta terça-feira (25/1) é que o consumo vai continuar muito dependente de concessões de crédito, geração de novos postos de trabalho e da confiança dos consumidores.