Dinheiro; real (./Thinkstock)
Reuters
Publicado em 29 de setembro de 2017 às 11h16.
Última atualização em 29 de setembro de 2017 às 11h24.
Brasília - O setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de 9,529 bilhões de reais em agosto, menor que o estimado pelo mercado por conta da ajuda de receitas extraordinárias no mês, divulgou o Banco Central nesta sexta-feira.
Este foi o menor rombo para agosto desde 2015 (-7,310 bilhões de reais), e veio melhor que projeção de analistas de um déficit primário de 16,7 bilhões de reais, segundo pesquisa da Reuters.
Enquanto o governo central (governo federal, BC e Previdência) teve déficit de 9,916 bilhões de reais em agosto, as empresas estatais registraram um saldo negativo em 111 milhões de reais.
Os governos regionais, por sua vez, tiveram superávit primário de 498 milhões de reais no mês.
Na véspera, o Tesouro Nacional já havia divulgado um rombo abaixo do esperado para o governo central, diante do ingresso de receitas extraordinárias com precatórios não sacados há mais de dois anos e com o Refis, programa de renegociação tributária.
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o déficit primário do setor público consolidado chegou a 60,850 bilhões de reais, contra 58,859 bilhões de igual período de 2016.
Em 12 meses, foi a 157,782 bilhões de reais, equivalente a 2,44 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Para o ano, a meta para o setor público é de um rombo de 163,1 bilhões de reais, que inclui déficit de 159 bilhões de reais do governo central, de 3 bilhões de estatais federais e de 1,1 bilhão de reais de Estados e municípios.
Este será o quarto resultado negativo consecutivo do país, ilustrando o tamanho do desafio para a retomada do equilíbrio fiscal.
E apesar de o governo já ter afrouxado em 20 bilhões de reais o alvo fiscal deste ano, algumas receitas seguem envoltas em incertezas, como por exemplo as provenientes do Refis, após a Câmara dos Deputados ter aprovado um texto-base com regras mais frouxas para o parcelamento com descontos de dívidas tributárias.
Refletindo a deterioração das contas públicas, a dívida líquida subiu ao patamar recorde de 50,2 por cento do PIB em agosto, mas ainda ficou abaixo de estimativa de analistas de 50,8 por cento.Já dívida bruta avançou a 73,7 por cento do PIB, embora também tenha ficado abaixo de projeção de 74,3 por cento.