Economia

Setor de serviços melhora, mas corte de emprego bate recorde

O Markit informou nesta quinta-feira que o PMI de serviços brasileiro subiu a 43,0 em outubro ante os 41,7 de setembro


	Setor de serviços: "A economia do Brasil continua a decepcionar, com dados do PMI para outubro mostrando quedas ininterruptas na produção do setor privado e nas novas encomendas por oito meses seguidos", disse a economista do Markit Pollyanna De Lima
 (Reza Estakhrian/Getty Images)

Setor de serviços: "A economia do Brasil continua a decepcionar, com dados do PMI para outubro mostrando quedas ininterruptas na produção do setor privado e nas novas encomendas por oito meses seguidos", disse a economista do Markit Pollyanna De Lima (Reza Estakhrian/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2015 às 09h42.

São Paulo - A contração do setor de serviços do Brasil permaneceu acentuada em outubro, apesar de ter perdido força ante setembro, diante da mais forte queda na entrada de novos negócios em seis anos e meio e com o setor reduzindo o número de funcionários no ritmo mais acentuado já registrado pelo Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

O Markit informou nesta quinta-feira que o PMI de serviços brasileiro subiu a 43,0 em outubro ante os 41,7 de setembro, permanecendo abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração pelo oitavo mês seguido, na sequência mais longa de perdas desde a crise financeira.

"A economia do Brasil continua a decepcionar, com dados do PMI para outubro mostrando quedas ininterruptas na produção do setor privado e nas novas encomendas por oito meses seguidos", disse a economista do Markit Pollyanna De Lima.

Relatando impostos mais elevados, real mais fraco e aumento nos preços dos serviços de infraestrutura, as empresas também relataram aumento dos custos de insumos em outubro, com a taxa de inflação alcançando novo recorde da pesquisa.

Os custos foram repassados aos clientes, com novo aumento na inflação dos preços cobrados. A inflação mais forte foi registrada em Hotéis e Restaurantes.

"Essa pressão sobre as margens está provando ter um efeito prejudicial sobre as empresas, que continuam a elevar as tarifas apesar da demanda fraca", destacou Pollyanna.

Os entrevistados destacaram condições econômicas frágeis em todo o país, levando a entrada de novos trabalhos a registrar queda pelo oitavo mês em meio à demanda mais fraca.

O subsetor que mais sofreu em outubro foi o de Intermediação Financeira, embora todos os seis tenham registrado nível de atividade mais baixo.

Com o volume baixo de novos projetos e cautelosos em relação aos custos, as empresas de serviços cortaram empregos no mês passado pela taxa mais forte desde março de 2007, quando começou a coleta de dados pelo Markit.

As categorias de Aluguéis e Atividades de Negócios foram as que registraram as maiores perdas de vagas, seguidas por Correios e Telecomunicações.

Ainda assim, as empresas de serviços mantiveram uma visão positiva para a atividade em 12 meses, ainda que tenha perdido força em relação a setembro, diante das esperanças de recuperação econômica e expectativas de crescimento da produção com a Olimpíada em 2016.

Em outubro a atividade do setor industrial se deteriorou de forma acentuada, mas a contração menor no PMI de serviços ajudou o PMI Composto a permanecer em 42,7, porém na mais longa sequência de perdas do setor privado desde a crise financeira global.

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