Economia

Setor de serviços do Brasil encolhe 0,9% no 1º trimestre

Em março, o volume do setor caiu 0,2 por cento em relação a fevereiro, informou o IBGE nesta terça-feira

Serviços: setor de serviços do Brasil recuou menos que o esperado em março, fechando o primeiro trimestre no vermelho (Sascha Schuermann/Getty Images)

Serviços: setor de serviços do Brasil recuou menos que o esperado em março, fechando o primeiro trimestre no vermelho (Sascha Schuermann/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 15 de maio de 2018 às 10h40.

Rio de janeiro/São Paulo - O setor de serviços do Brasil recuou menos que o esperado em março, fechando o primeiro trimestre no vermelho, em mais um sinal de fraqueza da economia brasileira no início deste ano.

Em março, o volume do setor caiu 0,2 por cento em relação a fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, contra expectativa de recuo de 0,5 por cento de analistas consultados pela Reuters.

Com isso, o setor de serviços encolheu 0,9 por cento no trimestre passado sobre o período imediatamente anterior. No quarto trimestre de 2017, a atividade havia crescido 0,5 por cento.

Em relação a um ano antes, o volume de serviços em março caiu 0,8 por cento, também menor do que mostrou pesquisa Reuters, de queda de 1,5 por cento.

A fraqueza no desempenho do setor de serviços acompanha o comportamento da economia como um todo, em que a indústria e o varejo também vêm apresentando fraqueza diante do desemprego ainda elevado e baixa confiança dos agentes econômicos no país.

"Houve clara desaceleração do quarto para o primeiro trimestre em razão de segmentos como serviços prestados às famílias, serviços de informação e serviços profissionais", explicou o gerente do IBGE Rodrigo Lobo. "No caso dos serviços prestados às famílias, há um efeito de uma demanda menor por conta do mercado de trabalho e o serviço mais prejudicado é restaurantes", acrescentou.

Em março, o desempenho da atividade de serviços profissionais, administrativos e complementares exerceu o maior peso, com recuo de 1,8 por cento sobre fevereiro. Também encolheram os segmentos de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,8 por cento) e outros serviços (-0,4 por cento).

Serviços de informação e comunicação e serviços prestados às famílias foram as atividades que cresceram, 2,3 e 2,1 por cento, respectivamente.

As atividades turísticas mostraram avanço de 2,0 por cento em relação a fevereiro.

Apesar da inflação e dos juros permanecerem em patamares baixos, o consumo permanece contido diante de incertezas tanto econômicas quanto políticas, o que vem afetando a confiança de forma generalizada no país.

"A menor dinâmica da economia não deixa os serviços engrenarem recuperação. Se por um lado a queda dos juros ajuda no consumo, por outro afeta a receita dos serviços financeiros. O segmento tem ameaças de crescimento, mas fica só na ameaça", completou Lobo.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraServiços

Mais de Economia

Contas externas têm saldo negativo de US$ 3,1 bilhões em novembro

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025