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Setor de eletroeletrônicos demitiu 8 mil em um ano

No fim de abril, o setor empregava 171.450 trabalhadores, ante 180.120 no mesmo mês de 2014

Carteira de trabalho: só neste ano houve 2.660 demissões (Marcello Casal Jr/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2015 às 08h39.

São Paulo - Enquanto há indústrias de smartphones contratando, a realidade do setor eletroeletrônico é completamente diferente. Em 12 meses até abril, foram cortados quase 8 mil postos de trabalho diretos.

Só neste ano houve 2.660 demissões, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). No fim de abril, o setor empregava 171.450 trabalhadores, ante 180.120 no mesmo mês de 2014.

Humberto Barbato, presidente da Abinee, diz que as demissões atingiram fabricantes de aparelhos de utilidade doméstica, eletroeletrônicos e equipamentos elétricos para infraestrutura.

Com a retração na economia, os estoques cresceram nas indústrias desses segmentos, que tiveram de demitir, explica o executivo. "Trabalhávamos com uma previsão de queda nominal no faturamento do setor de 3% para este ano, mas, pelo o que está acontecendo, essa projeção será revista."

Nem mesmo os preços em queda dos eletrônicos de consumo têm ajudado a desencalhar os estoques elevados. Por isso, os fabricantes estão reduzindo a produção e demitindo trabalhadores.

No caso dos televisores, os preços caíram 7,32% em 12 meses até maio, segundo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe). Mas as vendas não deslancharam.

Só entre janeiro e abril, o faturamento no varejo com as vendas de TVs encolheu 28,8%, revela a pesquisa da GFK. Segundo Alex Ivanov, diretor da empresa de pesquisa para área de eletrônicos, parte da queda pode ser atribuída à base forte de comparação.

É que 2014 foi ano de Copa do Mundo, que naturalmente impulsiona as vendas de televisores e desloca do segundo para o primeiro semestre o maior volume de vendas.

Mas ele admite que a crise está afetando negativamente a venda do produto. "Essa retração nas vendas não é exclusividade das TVs: computadores, tablets e câmeras digitais estão caindo também."

As vendas de equipamentos fotográficos, por exemplo, recuaram 61,8% no 1º trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014, apesar de a máquina fotográfica ter ficado 5,24% mais barata entre janeiro e maio, de acordo com o IPC- Fipe.

Uma parcela dessa retração se deve à substituição das máquinas fotográficas digitais pelos smartphones, que também têm essa função. Mas a falta de dinheiro do consumidor tem contribuído para isso.

Geladeiras. Na linha branca, que engloba geladeiras, fogões e lavadoras, por exemplo, as vendas encolheram 4% no 1º trimestre, segundo a GFK, apesar de os preços nominais de produtos anunciados terem ficado praticamente estacionados nos últimos 12 meses.

Um levantamento feito, a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, pela Shopping Brasil, empresa especializada em pesquisar preços, mostra que a cotação média anunciada em tabloides e encartes promocionais de um refrigerador de uma porta da marca Consul, que era de R$ 1.287,12 em maio de 2014, estava em R$ 1.236,80 no mesmo mês deste ano.

Oliver Roemerscheidt, diretor da GFK, diz que neste ano a maior procura tem sido por geladeiras simples, de uma porta e sem a função frost free.

"É um movimento contrário em relação ao dos últimos anos." Já as vendas de produtos mais caros não tiveram crescimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - Enquanto há indústrias de smartphones contratando, a realidade do setor eletroeletrônico é completamente diferente. Em 12 meses até abril, foram cortados quase 8 mil postos de trabalho diretos.

Só neste ano houve 2.660 demissões, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). No fim de abril, o setor empregava 171.450 trabalhadores, ante 180.120 no mesmo mês de 2014.

Humberto Barbato, presidente da Abinee, diz que as demissões atingiram fabricantes de aparelhos de utilidade doméstica, eletroeletrônicos e equipamentos elétricos para infraestrutura.

Com a retração na economia, os estoques cresceram nas indústrias desses segmentos, que tiveram de demitir, explica o executivo. "Trabalhávamos com uma previsão de queda nominal no faturamento do setor de 3% para este ano, mas, pelo o que está acontecendo, essa projeção será revista."

Nem mesmo os preços em queda dos eletrônicos de consumo têm ajudado a desencalhar os estoques elevados. Por isso, os fabricantes estão reduzindo a produção e demitindo trabalhadores.

No caso dos televisores, os preços caíram 7,32% em 12 meses até maio, segundo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe). Mas as vendas não deslancharam.

Só entre janeiro e abril, o faturamento no varejo com as vendas de TVs encolheu 28,8%, revela a pesquisa da GFK. Segundo Alex Ivanov, diretor da empresa de pesquisa para área de eletrônicos, parte da queda pode ser atribuída à base forte de comparação.

É que 2014 foi ano de Copa do Mundo, que naturalmente impulsiona as vendas de televisores e desloca do segundo para o primeiro semestre o maior volume de vendas.

Mas ele admite que a crise está afetando negativamente a venda do produto. "Essa retração nas vendas não é exclusividade das TVs: computadores, tablets e câmeras digitais estão caindo também."

As vendas de equipamentos fotográficos, por exemplo, recuaram 61,8% no 1º trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014, apesar de a máquina fotográfica ter ficado 5,24% mais barata entre janeiro e maio, de acordo com o IPC- Fipe.

Uma parcela dessa retração se deve à substituição das máquinas fotográficas digitais pelos smartphones, que também têm essa função. Mas a falta de dinheiro do consumidor tem contribuído para isso.

Geladeiras. Na linha branca, que engloba geladeiras, fogões e lavadoras, por exemplo, as vendas encolheram 4% no 1º trimestre, segundo a GFK, apesar de os preços nominais de produtos anunciados terem ficado praticamente estacionados nos últimos 12 meses.

Um levantamento feito, a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, pela Shopping Brasil, empresa especializada em pesquisar preços, mostra que a cotação média anunciada em tabloides e encartes promocionais de um refrigerador de uma porta da marca Consul, que era de R$ 1.287,12 em maio de 2014, estava em R$ 1.236,80 no mesmo mês deste ano.

Oliver Roemerscheidt, diretor da GFK, diz que neste ano a maior procura tem sido por geladeiras simples, de uma porta e sem a função frost free.

"É um movimento contrário em relação ao dos últimos anos." Já as vendas de produtos mais caros não tiveram crescimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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