Brinquedos: o desempenho da indústria nacional de brinquedos cresceu nos últimos 8 anos (Giulio Marcocchi /Getty Images/Getty Images)
Agência Brasil
Publicado em 8 de junho de 2017 às 16h41.
Ao contrário de outros setores da economia que projetaram retração ou expansão mínima para este ano, a indústria de brinquedos espera crescer 10% em 2017, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq).
"O brinquedo é desconectado desses problemas econômicos, vai direto ao coração", diz o presidente da entidade, Synésio Batista da Costa.
O desempenho da indústria nacional de brinquedos têm crescido nos últimos oito anos.
De acordo com a Abrinq, desde 2009 o faturamento cresce ininterruptamente, sempre com alta da produção nacional.
Em 2016, o faturamento total da indústria (preço de varejo) foi da ordem de R$ 6 milhões sendo que a produção nacional foi de R$ 3,4 milhões.
O resultado significa crescimento de 7% em relação a 2015.
"Em mais quatro anos a produção nacional deverá ficar com 70% do mercado", acredita o presidente da Abrinq.
Diante do cenário, surgem mais feiras de negócios voltadas à área.
No final de junho, uma nova feira de brinquedos de ocorre em São Paulo, direcionada a compradores, distribuidores, atacadistas, e-commerces, representantes e comércio de brinquedos.
Na Expo Toys serão apresentadas as principais novidades em jogos, brinquedos, puericultura, produtos de entretenimento, livros e outros itens infantis.
O evento começa no dia 25 e vai até 28 de junho e reúne mais de 50 expositores, com público estimado em 4 mil pessoas.
Já a Abrin, terceira maior feira de brinquedos do mundo e a maior da América Latina, será no começo do ano e é uma referência para o mercado. Apresenta brinquedos em geral, educativos e pedagógicos, puericultura, produtos licenciados, entre outros.
De acordo com Alexandre Torres de Carvalho, diretor da ExpoToys, o Dia das Crianças e o Natal garantem as vendas do setor.
"[O Dia das Crianças] é a data mais forte em vendas para o setor e logo vem o Natal, o que coroa as vendas. As famílias brasileiras sempre presenteiam nessas datas, o que mantém o setor sempre aquecido e dessa forma não é prejudicado".
Carvalho também destaca que a alta do dólar foi determinante para o fortalecimento do mercado interno.
"Com a alta do dólar nos últimos anos, caiu a venda de produtos importados, o mercado interno bruto de produtos cresceu e o de brinquedos acompanhou esse crescimento. A China ainda é um gigante na venda de brinquedos, mas conquistamos o nosso espaço".
Em primeiro lugar na preferência das crianças, segundo estatística da Abrinq, lideraram as vendas no ano passado as bonecas e bonecos, com 18,7%; seguidos dos carrinhos (15,1%), patins, patinetes e veículos a bateria (12%) e os brinquedos que reproduzem o mundo real (10,2%).
Nas vendas por canais, destaque para o crescimento da participação da Internet, que saiu de zero em 2009 e passou para 20,5% das vendas do setor no ano passado. As lojas especializadas são as campeãs de vendas, com 33,2%.
São Paulo é o maior mercado para a indústria do brinquedo no país, com 33%, seguido do Rio de Janeiro (9,8%), Minas Gerais (8,3%), Santa Catarina (6,6%) e Paraná (6%). Os dados, da Abrinq, referem-se às vendas de 2016.