A indústria foi o único setor que teve melhora do crédito (Kiko Ferrite/EXAME)
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2011 às 13h02.
São Paulo - O Indicador Serasa Experian da Qualidade de Crédito das Empresas se manteve estável em 95,7 pelo terceiro trimestre consecutivo. O aperto monetário, com sucessivos aumentos na taxa básica de juros (a Selic), e a desaceleração da economia estimulada pelo governo federal são os fatores que impedem o crescimento do indicador, que mede a probabilidade de inadimplência das empresas - numa escala de 0 a 100, quanto maior, melhor a qualidade de crédito. O patamar de 95,7 é também o mesmo verificado no primeiro e no segundo trimestre de 2009, pré-crise financeira mundial, e 0,1% acima do registrado no segundo trimestre de 2010.
De acordo com o gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi, os sinais de que a economia nacional seguirá em desaceleração indicam que a qualidade de crédito deve apresentar uma leve piora nos próximos dois trimestres. "Todos os dados mostram que a economia está desacelerando com mais intensidade. Então esse indicador deve ter uma pequena queda nas próximas divulgações", afirma.
Apenas o crédito liberado para as grandes empresas apresentou aumento nesse segundo trimestre de 2011 em relação aos primeiros três meses do ano. O indicador passou de 98,3 para 98,4. Para as médias empresas, a qualidade de crédito permaneceu em 98,4.
As micro e pequenas também mantiveram o mesmo índice anterior, de 95,6, por conta do direcionamento de suas atividades ao mercado interno e da baixa dependência do volátil cenário internacional. "As micro e pequenas empresas são muito mais vulneráveis, principalmente por conta dos juros. Elas não têm como captar recursos lá fora e praticamente dependem da rede bancária", diz Rabi. "Com os juros subindo continuadamente, o custo financeiro para as micro e pequenas é impactante."
Setores
De acordo com o relatório da Serasa Experian, houve melhora na qualidade de crédito apenas no setor industrial. O indicador passou de 94,5 no primeiro trimestre desse ano para 94,6 no segundo. O setor de serviços, porém, segue como o de menor risco, em 96,3. Comércio se manteve estável em 94,9. Na análise por regiões, houve variação apenas nas Regiões Norte e Centro Oeste, cada uma com aumento de 0,1% para, respectivamente, 92,4 e 94,4. Sudeste segue na liderança, com índice de 96,1.