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Serasa: BC ainda é lento no controle da inflação

Economista da entidade defende aumento mais intenso nos juros para conter o crescimento acelerado do consumo

Sede do BC: política monetária ainda é muito branda, segundo economista da Serasa (.)
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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2010 às 15h22.

São Paulo - Nos próximos seis meses, o consumidor vai notar uma queda no ritmo de concessão de crédito. Este será o resultado das ações do Banco Central para controlar o avanço da inflação. Entretanto, na visão dos especialistas da Serasa Experian, a atuação da autoridade monetária ainda é muito branda, e o governo vai ter trabalho para manter a alta de preços dentro da meta.

"Demorou muito para que os incentivos fiscais fossem retirados. O crédito ao consumidor cresceu de forma acelerada, e não dá para brecar isso de uma hora para outra", diz o economista Luiz Rabi, da Serasa.

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O aperto monetário iniciado pelo Banco Central em abril, ao aumentar a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, teve efeito moderado na contenção do consumo. O indicador da Serasa que mede a expectativa do crédito registrou redução de 1,3% na comparação entre março e abril. "Isso mostra que a desaceleração tende a ser gradual, o que pode complicar o controle da situação!", alerta Rabi.

Copom

Nos dias 8 e 9 de junho, o Comitê de Política Monetária do Banco Cenral (Copom) vai se reunir para definir o próximo ajuste na taxa Selic. O mercado espera uma nova alta, que dará continuidade ao ciclo de elevação dos juros, na tentativa de conter a forte expansão do consumo.

Para Rabi, o Banco Central deve promover um novo aumento de 0,75 ponto percentual, tendência que deve perdurar pelos próximos meses. Entretanto, o economista destaca que, neste ritmo, o efeito desejado vai demorar a aparecer. "O crédito continua crescendo acima da tendência histórica. Daqui até outubro, vai continuar assim. O freio está muito suave", afirma.

Na opinião do especialista da Serasa, é preciso haver uma trajetória mais rápida de convergência para a meta de inflação definida pelo governo. Segundo ele, este movimento inclui não apenas atuação monetária, mas também fiscal e administrativa. "Os cortes orçamentários visando reforçar a geração de superávit primário do setor público também contam como artifícios para moderar o crescimento do crédito, mas a ação nesta área também tem sido insuficiente", completa.

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