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Selic fica em 7,25% em 2013, diz Goldman Sachs

Presidente do Goldman Sachs no Brasil disse que o viés para o cenário global no próximo ano é negativo, discordando de que as taxas de juro podem subir

"A Selic será mantida no nível atual de 7,25% por muito tempo e acho que a curva de juro deveria estar muito mais achatada", disse o presidente (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 11h23.

São Paulo - O presidente do Goldman Sachs no Brasil, Paulo Leme, disse que o viés para o cenário global no próximo ano é negativo e que, por esse motivo, discorda da opinião do mercado financeiro de que as taxas de juro podem subir. "A Selic será mantida no nível atual de 7,25% por muito tempo e acho que a curva de juro deveria estar muito mais achatada", do que se encontra atualmente, disse Leme, durante o 4º Seminário de Private Banking da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), realizado nesta quarta-feira em São Paulo.

Leme abriu sua apresentação destacando que o mundo passa por uma daquelas crises que ocorrem a cada 50 anos a 100 anos, nas quais momentos de melhora são interpretados com um enganoso otimismo. O chairman do Goldman Sachs disse que os mercados financeiros passam por um processo de desalavancagem doloroso, no qual todos devem estar preparados para muita incerteza e pouco retorno.

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Segundo Leme, o cenário externo trará um desafio extraordinário para o Brasil, que se beneficiou do ciclo positivo, o que provocará volatilidade nos mercados, nos ciclos dos negócios e pressão pela valorização do real.

Sua estimativa é de que o dólar fique entre R$ 2,00 e R$ 2,10, acrescentando, "não ser uma visão importante", dado que projeção essa pode "ser descartada de acordo com o comportamento do mercado externo. Ele também citou que não há riscos imediatos de inflação no Brasil, que deve ficar entre 5% e 6,5% nos próximos meses, de acordo com sua estimativa.

O executivo disse ainda que, se por algum motivo houver uma mudança "tremenda" na direção da economia mundial, para melhor, o efeito deve ser enorme na atividade econômica brasileira e aumentará a pressão sobre o governo, que não conta com o câmbio como instrumento para atingir suas metas de inflação e crescimento. Leme espera que o crescimento mundial fique entre 2% e 2,5% em médio por ano nos próximos anos, enquanto a China deve registrar expansão de 7,5% até 8%, disse.

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