Economia

Selic encerrará 2012 abaixo de 8%, preveem Citibank e Bank of America

Bancos e consultorias começam a rever o piso da taxa Selic para o ano diante da mudança no rendimento da poupança

Presidente Dilma Rousseff mexeu nas regras da poupança para permitir queda maior da Selic (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

Presidente Dilma Rousseff mexeu nas regras da poupança para permitir queda maior da Selic (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2012 às 19h52.

São Paulo - Enquanto a maioria do mercado acredita que a queda da taxa Selic estacionará em 8,5% este ano, já há analistas prevendo que a taxa básica de juros da economia brasileira atingirá a mínima histórica de 7,75%. Pelo menos dois bancos já trabalham com esta hipótese para 2012: Bank of America Merrill Lynch (BofAML) e o Citibank. Ambos já reduziram de 9% para 7,75% a previsão para a Selic este ano, diante da mudança no rendimento da poupança anunciada pelo governo na semana passada.

“Os dados fracos da atividade econômica e as novas regras para as contas de poupança abrem espaço para reduções mais agressivas da Selic”, afirma o superintendente do Departamento Econômico do Citibank, Marcelo Kfoury, em relatório. BofAML e Citi projetam um corte de meio ponto percentual nas próximas duas reuniões, com uma última redução de 0,25 em agosto. Com isso, a taxa atingiria um ponto percentual abaixo da mínima histórica do índice, de 8,75% no primeiro trimestre de 2010.

A posição de Bank of America e Citibank deverá ser acompanhada pelos demais analistas do setor. A LCA Consultores lançará ainda hoje um documento com uma nova projeção, de 8%. “Não faria sentido para o governo mexer em assunto tão delicado como a poupança e não aproveitar isso na totalidade”, afirma Flávio Samara, economista da LCA. A previsão anterior, de 8,5%, era considerada o piso pela consultoria caso o governo tivesse optado por não mexer no rendimento mais popular do país.

A percepção é de que o desempenho fraco da economia, principalmente do setor industrial - que registrou queda de 0,5% em março - permite taxas de juros menores sem aumento da inflação. “Crédito e investimento também estão se saindo pior do que esperávamos”, afirma o superintendente do Citibank, Marcelo Kfoury. Parte da culpa pode ser creditada ao setor de automóveis, cuja inadimplência está em 7,4%.

De qualquer maneira, como a inflação tende a aparecer apenas muitos meses após a redução da taxa básica, qualquer pressão nos preços ficaria para o ano que vem. Analistas trabalham com IPCA de 5,12% para 2012, e 5,56% no próximo ano, segundo o Boletim Focus, do Banco Central.

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