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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h40.
Apesar de a taxa de juros Selic servir como base para as instituições financeiras definirem suas taxas de crédito, nem todas as operações reagem da mesma forma à redução que vem sendo implementada pelo Banco Central. Enquanto as principais linhas de crédito para pessoa física tiveram seu custo reduzido, pelo menos uma permaneceu imune à redução da Selic, em fevereiro: a de cartão de crédito.
Essa é uma das informações da pesquisa mensal realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). De acordo com a entidade, em fevereiro a taxa média de juros cobrada nas operações para pessoas físicas caiu 0,04 pontos percentuais, atingindo 7,54% ao mês (ou 139,24% ao ano). Já as dívidas no cartão de crédito continuaram sendo taxadas em 10,26% em fevereiro, mesmo valor cobrado no mês anterior.
De modo geral, a redução média das taxas de juros cobradas pelo mercado foi inferior à queda da taxa básica de juros, a Selic. A explicação, segundo a Anefac, está na inadimplência, que cresceu 0,2 ponto percentual no ano passado. Além disso, em janeiro houve uma maior demanda por crédito, especialmente para pagamento de impostos (IPVA e IPTU), de despesas escolares e compras de Natal.
Nas linhas de crédito dedicadas a empresas, a redução dos juros no mês de fevereiro foi quase imperceptível: caiu de 4,43% ao mês para 4,42%, ou seja, redução de 0,01 ponto percentual. O cheque especial para pessoas jurídicas (também chamado de conta garantida) chegou a ficar mais caro, passando de 5,63% em janeiro para 5,68% em fevereiro. Apesar da leve alta, a taxa é a menor desde julho de 2005.
A demanda por crédito no país vem aumentando consideravelmente, mas ainda é uma das mais baixas do mundo. Segundo a Anefac, o Brasil empresta o equivalente a 30,5 % de seu PIB, enquanto a média em países desenvolvidos e os em desenvolvimento passa de 100%.