Economia

Seguro contra calote sobe após intervenções do governo Dilma

O Brasil foi o único entre os maiores emergentes em que os contratos subiram nos últimos 30 dias


	Os investidores estão perdendo a confiança na presidente Dilma Rousseff
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Os investidores estão perdendo a confiança na presidente Dilma Rousseff (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 08h22.

Brasília/São Paulo - O crescimento fraco da economia brasileira e o aumento da intervenção do governo estão elevando o custo do seguro da dívida do país contra calotes. O Brasil foi o único entre os maiores emergentes em que os contratos subiram nos últimos 30 dias.

Os CDS, ou credit default swaps, que protegem os títulos em dólar do Brasil contra o não pagamento por cinco anos subiram mais de três pontos-base no último mês para 108, segundo dados da CMA. Os CDS similares de Rússia, China e do State Bank of India caíram no mesmo período. O seguro dos títulos do Brasil custava 12,5 pontos-base a mais que papéis do México em 30 de novembro, o custo mais alto em dois meses.

Os investidores estão perdendo a confiança na presidente Dilma Rousseff diante do fato de que os cortes de impostos, as intervenções no câmbio e a pressão para redução das tarifas de eletricidade não conseguiram reativar o crescimento da economia. O Produto Interno Bruto cresceu 0,9 por cento no terceiro trimestre na comparação anual, abaixo das estimativas dos analistas e menos da metade do crescimento de 3,3 por cento da economia mexicana. A estratégia de crescimento de Dilma envolveu “erros” como as intervenções no setor de energia que assustam os investidores, de acordo com a Rio Bravo.

“Há uma falta generalizada de clareza e há uma particular falta de competência na execução dos planos”, disse Paulo Bilyk, diretor de investimentos da Rio Bravo, que administra cerca de US$ 3,5 bilhões em ações e ativos de renda fixa, em entrevista em 4 de dezembro em São Paulo. “Há uma crença por detrás de todas essas ações de que o governo deve estar controlando uma parte muito significativa da economia.”

Em entrevista também em 4 de dezembro, em Brasília, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não é intervencionista e que as medidas adotadas visam elevar a competitividade do país.

Um porta-voz da Presidência das República se recusou a fazer comentários.

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