Exame Logo

Seca nos EUA eleva preço de grãos e impacta Brasil

Entre as reivindicações do setor, estão a liberação de créditos do PIS/Cofins devidos pelo governo às empresas

Caminhão é abastecido com grãos: Santin disse a tonelada da soja, no início do ano, custava R$ 650 e agora custa R$ 1,3 mil (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2012 às 18h27.

Brasília – A seca nos Estados Unidos, que levou à quebra da safra norte-americana, trouxe hoje (14) à capital federal representantes do setor de frangos, suínos e óleos. Eles pediram ao secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, ajuda para enfrentar os problemas do setor no Brasil. Entre as reivindicações do setor, estão a liberação de créditos do PIS/Cofins devidos pelo governo às empresas.

Segundo os produtores, o dinheiro ajudaria a reduzir os custos de produção, que aumentaram “absurdamente” após a elevação do preço da soja no mercado internacional. “Ajudaria a comprar farelo mais barato", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto. Ele explicou que o setor de carnes está extremamente pressionado com o aumento do custo de produção e, por isso, veio pedir o ressarcimento de créditos do PIS/Cofins, "que existem e são devidos, mas costuma demorar muito”.

Camargo Neto não soube informar o valor exato dos créditos devidos ao setor, mas ressaltou que os recursos ajudariam a reduzir os custos na aquisição do farelo de soja, insumo usado para melhorar a produção no setor. Ele destacou que, com o agravamento da situação agrícola dos Estados Unidos, o preço da soja disparou no mercado internacional, pressionou inclusive a cotação no Brasil, já que a commodity é negociada na Bolsa de Chicago, a maior do gênero no mundo.

“É a maior seca nos Estados Unidos em 50 anos e a primeira vez na história que tem impactos no Brasil. O Brasil não era globalizado como é hoje, e qualquer coisa que aconteça nos Estados Unidos reflete também aqui. Vão ser dois anos de dificuldades”, afirmou.

Embora existam problemas com os preços, o abastecimento, pelo menos, parece estar garantido. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, Carlo Lovatelli, o fornecimento do farelo de soja necessário para a produção não será reduzido. Ele lembrou, porém, que as pequenas indústrias de processamento têm sofrido com a elevação do preço da matéria-prima. “A área de exportação está indo bem, mas não queremos aproveitar essa situação. Queremos realmente equilíbrio no processo como um todo.”

O diretor de Mercado da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango, Ricardo Santin, pediu medidas emergenciais, como a liberação de crédito para compensar perdas com a crise. Santin disse que o governo pode adotar outras medidas, além de liberar os créditos do PIS/Cofins. De acordo com ele, o setor é responsável por 3,5 milhões de empregos diretos e, se nada for feito, poderá haver demissões. “Se o setor não tiver uma solução imediata, teremos desemprego.”

Santin disse a tonelada da soja, no início do ano, custava R$ 650 e agora custa R$ 1,3 mil. A saca do milho, que deveria estar na faixa de R$ 23 a R$ 26, chega R$ 35 em algumas regiões. Segundo o produtor, o acréscimo no custo de produção após a seca nos Estados Unidos pode chegar a até 30%.

Veja também

Brasília – A seca nos Estados Unidos, que levou à quebra da safra norte-americana, trouxe hoje (14) à capital federal representantes do setor de frangos, suínos e óleos. Eles pediram ao secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, ajuda para enfrentar os problemas do setor no Brasil. Entre as reivindicações do setor, estão a liberação de créditos do PIS/Cofins devidos pelo governo às empresas.

Segundo os produtores, o dinheiro ajudaria a reduzir os custos de produção, que aumentaram “absurdamente” após a elevação do preço da soja no mercado internacional. “Ajudaria a comprar farelo mais barato", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto. Ele explicou que o setor de carnes está extremamente pressionado com o aumento do custo de produção e, por isso, veio pedir o ressarcimento de créditos do PIS/Cofins, "que existem e são devidos, mas costuma demorar muito”.

Camargo Neto não soube informar o valor exato dos créditos devidos ao setor, mas ressaltou que os recursos ajudariam a reduzir os custos na aquisição do farelo de soja, insumo usado para melhorar a produção no setor. Ele destacou que, com o agravamento da situação agrícola dos Estados Unidos, o preço da soja disparou no mercado internacional, pressionou inclusive a cotação no Brasil, já que a commodity é negociada na Bolsa de Chicago, a maior do gênero no mundo.

“É a maior seca nos Estados Unidos em 50 anos e a primeira vez na história que tem impactos no Brasil. O Brasil não era globalizado como é hoje, e qualquer coisa que aconteça nos Estados Unidos reflete também aqui. Vão ser dois anos de dificuldades”, afirmou.

Embora existam problemas com os preços, o abastecimento, pelo menos, parece estar garantido. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, Carlo Lovatelli, o fornecimento do farelo de soja necessário para a produção não será reduzido. Ele lembrou, porém, que as pequenas indústrias de processamento têm sofrido com a elevação do preço da matéria-prima. “A área de exportação está indo bem, mas não queremos aproveitar essa situação. Queremos realmente equilíbrio no processo como um todo.”

O diretor de Mercado da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango, Ricardo Santin, pediu medidas emergenciais, como a liberação de crédito para compensar perdas com a crise. Santin disse que o governo pode adotar outras medidas, além de liberar os créditos do PIS/Cofins. De acordo com ele, o setor é responsável por 3,5 milhões de empregos diretos e, se nada for feito, poderá haver demissões. “Se o setor não tiver uma solução imediata, teremos desemprego.”

Santin disse a tonelada da soja, no início do ano, custava R$ 650 e agora custa R$ 1,3 mil. A saca do milho, que deveria estar na faixa de R$ 23 a R$ 26, chega R$ 35 em algumas regiões. Segundo o produtor, o acréscimo no custo de produção após a seca nos Estados Unidos pode chegar a até 30%.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaAgronegócioEstados Unidos (EUA)GrãosIndústriaPaíses ricosTrigo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame