Se houver contingenciamento, será algo "transitório", diz Temer
Em discurso durante a abertura da 10ª conferência do Bank of America Merrill Lynch, o presidente disse que a economia já começou a decolar
Agência Brasil
Publicado em 29 de março de 2017 às 15h27.
O presidente Michel Temer disse hoje (29) que o governo pode anunciar algum contingenciamento de gastos, mas que, se for o caso, será algo "episódico ou transitório", com o objetivo de garantir que o país cumpra as responsabilidade fiscais assumidas.
Em discurso durante a abertura da 10ª conferência do Bank of America Merrill Lynch, em São Paulo, Temer disse que a economia "ainda não decolou por inteiro", mas que já começou a decolar.
"Vez ou outra os senhores veem notícias de que talvez haja necessidade de um certo contingenciamento, uma ou outra medida que seja necessária. Ela passa a ser, digamos assim, episódica e transitória para, logo depois, nós eliminarmos o contingenciamento, ou outro gravame qualquer que tenhamos que colocar no lugar para manter esse ritmo da responsabilidade fiscal", disse o presidente.
Segundo o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, o contingenciamento consiste no "retardamento ou ainda na inexecução de parte da programação de despesa prevista na Lei Orçamentária em função da insuficiência de receitas".
Grau de investimento
Para o presidente da República, foi graças à preocupação do governo com a responsabilidade fiscal que houve uma melhora no grau de investimento do Brasil pelas agências de avaliação de risco, a partir da "crença, da credibilidade e da confiança" dos investidores.
Há duas semanas, a agência de classificação Moody's melhorou de negativa para estável a perspectiva negativa para a nota do Brasil.
O país no entanto, ainda está dois níveis abaixo do grau de investimento.
"A pontuação para o grau de investimento era de 570 pontos negativos e hoje está 275 pontos negativos. Quando chegarmos a 240 ou menos de 240, nós vamos readquirir por inteiro o grau de investimento que tínhamos perdido", disse Temer.
Ele finalizou seu discurso pedindo aos presentes no evento que invistam e colaborem com o Brasil.
"Divulguem o governo aqui no Brasil e no exterior para que os jornais americanos, a imprensa americana, a população americana, o investidor americano e de outros países saibam que essas medidas todas que nós estamos promovendo, de responsabilidade fiscal de um lado, e social de outro lado, colocarão o Brasil no rumo certo".