Economia

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - 9º Lugar

Vale da inovação

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h52.

O que o sistema de eleições eletrônicas tem em comum com os carros de motor a álcool e com a previsão do tempo. Resposta: todos foram criados com base em tecnologias concebidas na paulista São José dos Campos. Nos últimos 50 anos, a cidade se transformou de um lugarejo cuja economia girava em torno de sanatórios de tratamento de tuberculose em um dos principais berços de alta tecnologia do país. Dono do segundo maior PIB industrial brasileiro (que exclui os setores de utilidade pública e construção civil), o município também é responsável por 7% de todas as exportações brasileiras.

A pujança da economia é visível logo na chegada à cidade. Prédios rodeados por extensos gramados anunciam que São José foi escolhida para abrigar algumas das grandes multinacionais instaladas no país. Às margens da rodovia Presidente Dutra, enfileiram-se LG Philips, Panasonic, Kodak e Johnson & Johnson. Um pouco mais para dentro da cidade estão companhias como a Revap, refinaria da Petrobras, o complexo fabril da General Motors, o maior da corporação fora dos Estados Unidos, e a Embraer, a maior empregadora da região.

Os pequenos e médios negócios também vêm florescendo em São José dos Campos nos últimos dez anos. No bairro Chácaras Reunidas, 200 empresas espalham-se por 22 ruas, que não eram sequer asfaltadas até 1998. A maioria dessas empresas nasceu em meio à grande recessão dos anos 90, depois do desmantelamento da indústria bélica nacional.

A Precitech, especializada na fabricação de ferramentais de precisão para máquinas utilizadas na indústria farmacêutica, é um bom exemplo dessa nova safra de empreendedores. Seu fundador, o engenheiro Mário Sarraf, abriu a empresa em 1992, com as máquinas que recebeu como pagamento ao sair do grupo Avibras, fabricante de materiais bélicos -- na época, à beira da falência. Atualmente, Sarraf emprega 40 pessoas e acaba de abrir uma filial no México. A CWS nasceu de maneira parecida. Fundada em 1989, por José Roberto Coimbra, outro ex-funcionário da Avibras, fornece equipamentos de automação industrial.

Empresas como a Precitech e a CWS são responsáveis por 16% dos empregos da cidade. Mais que isso: estão promovendo a diversificação da atividade econômica de São José. Esse é, aliás, o maior desafio da economia local. De acordo com um levantamento realizado pelo economista Roberto Koga, estudioso da economia da região, apenas três setores respondem por 68% da economia da cidade: refino de petróleo (31,3%), aeronáutico (22,2%) e automobilístico (14,5%). "Precisamos formar novos pólos de geração de riqueza", afirma Koga.

O discurso passou a reverberar por toda a cidade, especialmente depois que a Embraer anunciou a construção de uma nova fábrica fora do município, na região de São Carlos. A prefeitura está analisando o projeto de construção de um complexo para a realização de eventos com o objetivo de tornar a cidade uma referência nesse setor. As obras têm início previsto para 2003 e deverão consumir 500 milhões de dólares da iniciativa privada. "Nossa estratégia é tornar São José menos vulnerável às oscilações de um ou outro setor", diz Ramon Touron, secretário de Desenvolvimento Econômico.

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