Santander defende reforma financeira após reformas em andamento
Na visão do diretor do banco, o setor sofre com um excesso de regulamentação e direcionamento do crédito
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de abril de 2017 às 22h00.
São Paulo - O presidente do banco Santander , Sérgio Rial, defendeu que o governo federal coloque o sistema financeiro na fila das grandes reformas a serem realizadas no País.
Na visão do executivo, o setor sofre com um excesso de regulamentação e direcionamento do crédito, engessando a competição entre os bancos e a qualidade dos serviços prestados aos consumidores.
"O novo governo tem uma série de prioridades, mas o que deve ser pensado após essas reformas importantes deve ser a reforma do sistema financeiro", ressaltou nesta segunda-feira, 24, durante debate realizado no Fórum Brasil Espanha.
Rial criticou, por exemplo, o "tabelamento" das cadernetas de poupanças, onde a destinação dos recursos é definida pelo Estado.
De acordo com as regras do Banco Central, 65% do saldo da poupança deve ser aplicado em financiamentos imobiliários, com taxas reguladas.
Para o presidente do Santander, é preciso realizar uma reforma inteligente de longo prazo.
"Nada de grandes audácias de curto prazo, mas uma sinalização para a transformação do sistema financeiro, para fazer que a hipoteca seja competitiva, que os bancos não tenham medo de poupança", exemplificou.
Rial avaliou ainda que a desregulamentação teria capacidade de aumentar a competição entre os bancos e a diversificação dos serviços oferecidos aos consumidores, sejam eles pessoas físicas ou empresas.
Com esse espaço ocupado pelos bancos, o governo federal teria maior disponibilidade para atuar no campo social, emendou Rial.
"Rever esses itens vai fazer com que o 's' do BNDES seja realmente importante", disse, referindo-se ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).