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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h50.
São Paulo, 39 de junho (Portal EXAME) Junho ainda não acabou, mas faltando apenas um dia para a consolidação dos dados no mês de junho, já é possível dizer que o primeiro semestre deste ano foi de recordes para o comércio internacional do Brasil. A Balança Comercial no período registrou saldo histórico de 2003: 10,272 bilhões de dólares, segundo divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado supera o recorde anterior de 8,9 bilhões de dólares registrados em 1989. O valor das exportações nos primeiros seis meses do ano também é recorde: 32,7 bilhões de dólares. O recorde anterior, de 28,9 bilhões, foi apurado em 2001.
A seqüência de resultados históricos inclui também os dados isolados do mês de junho: a balança teve um superávit de 2,231 bilhões de dólares, e as exportações somaram 5,530 bilhões de dólares, ambos os maiores valores já registrados em junho.
O MDIC apurou crescimento recorde nos resultados financeiros das exportações de todas as categorias avaliadas. Em relação a igual período do ano passado, levando em consideração a média diária, o resultado com a venda de manufaturados cresceu 23,2% e alcançou a receita de 17, 596 bilhões de dólares. Os produtos básicos atingiram a cifra de 9,503 bilhões de dólares, uma alta de 54,5%, o maior crescimento entre as três categorias avaliadas. Os semimanufaturados alcançaram 4,867 bilhões, uma alta de 44,4%.
Os produtos do complexo soja permanecem entre os que têm os melhores resultados: a soja em grão, sozinha, respondeu por 2,1 bilhão de dólares, uma alta de 147,3%. Chama a atenção a queda nas exportações de aviões: as aeronaves ainda estão na lista das maiores receitas (925 milhões de dólares), mas o resultado caiu 7,7%.
Mercados
No período, as exportações cresceram para as principais regiões: Ásia (78,3%), África (29,4%), Mercosul (55,6%), Europa Oriental (33,2%), União Européia (32,9%), Oriente Médio (39,3%), Estados Unidos (18,8%) e Aladi, exceto Mercosul (6,8%).
Entre as boas novidades do período está a retomada dos negócios com a Argentina. As exportações para o país vizinho cresceram 91,7%: passaram de 969 milhões de dólares para 1,827 bilhão, em relação a igual período do ano passado. Em termos absolutos, a alta representa um aumento de 858 milhões de dólares: quase 86% da expectativa de 1 bilhão estabelecida pelo Ministério do Desenvolvimento para o crescimento das exportações para este mercado em 2003. A Argentina se posiciona como em 4o país na pauta brasileira.
O relatório do ministério destaca o crescimento das exportações para a China e a consolidação do país como o segundo maior importador de produtos brasileiros: o crescimento evidencia o êxito na política de promoção das exportações empreendida pelo governo, sobretudo para mercados não-tradicionais , diz texto divulgado. As vendas para a China cresceram 227%, atingindo 2,129 bilhões.
Atuação empresarial
Mas quando se trata do setor exportador, é preciso também destacar o trabalho independente implantado por várias empresas brasileiras interessadas em conquistar novos mercados. Um exemplo é o esforço de promoção comercial da Ambev para internacionalizar o Guaraná Antarctica. O produto já está entre os 15 refrigerantes mais vendidos do mundo e acaba de ganhar um novo comercial em Portugal e Espanha calcado no conceito de original do Brasil . Os dois filmes publicitários, Lenda 1 e Lenda 2, foram rodados em plena floresta tropical, contam com a participação de 70 pessoas, entre elas, 40 índios, modelos como Suyane Moreira, Juliana Bahia, Livia Rossi e o grupo baiano Olodum. Além dos países europeus o guaraná já é comercializado em Porto Rico e Japão.
Boa parte do desempenho exportador do Brasil vem da associação entre a iniciativa pública e privada como bem indica o setor de frutas frestas. As exportações brasileiras de frutas frescas devem crescer este ano 30% em relação a 2002, atingindo 350 milhões de dólares. Grande parte desse avanço é resultado do trabalho conjunto do Brazilian Fruit Institute, um programa de promoção da fruticultura, coordenado pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) e pela Agencia de Promoção de Exportações (Apex). Segundo divulgou a Agência Brasil, o instituto dispõe de uma verba de 8,5 milhões de dólares para projetos que incentivem o aumento das exportações de frutas. A expectativa é atrair 500 novas empresas, entre produtores e exportadores, além de gerar 30 mil novos empregos diretos.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas (38 milhões de toneladas), atrás apenas da China (133 milhões de toneladas) e da Índia (58 milhões de toneladas). A participação brasileira ainda é tímida. O país tem apenas 1% do mercado mundial de frutas frescas, mas já sinaliza que tem chances de competir com grandes fornecedores, como mostra o resultado do primeiro semestre deste ano. Entre os produtos que registraram as maiores altas no período (o que indica abertura de mercados) estão as frutas frescas: melão (93%), uvas (41%), papais (41%) e maçãs (19).
No que diz respeito às importações, pela média diária, houve acréscimo de 1,3% no acumulado janeiro a junho, em comparação a igual período de 2002. Cresceram as compras de combustíveis e lubrificantes (17,3%) e matérias-primas e intermediários (7,6%), enquanto houve queda nas aquisições de bens de capital (-14,3%) e bens de consumo (-7,6%).
Principais produtos exportados (jan/jun-2003) | |||
valor (milhões/US$)
|
% sobre 2002
| ||
1
| soja em grão |
2.1
|
147
|
2
| minério de ferro |
1.6
|
40
|
3
| farelo de sloja |
1.1
|
56
|
4
| automóveis |
1.1
|
40.4
|
5
| petróleo |
1
|
96.7
|
6
| aviões |
925
|
-7.7
|
7
| motores para veículos |
827
|
46
|
8
| celulose |
812
|
100
|
9
| calçados |
765
|
5
|
10
| aparelhos transm e recept |
759
|
-9
|