Economia

S&P: resposta da UE à crise não está à altura do desafio

Diretor da agência de ratings disse que o núcleo da cúpula da União Europeia "não teria identificado, antecipadamente, os riscos"

Zona do euro: desequilíbrios nas contas correntes nacionais (Thomas Coex/AFP)

Zona do euro: desequilíbrios nas contas correntes nacionais (Thomas Coex/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2012 às 16h14.

Londres - As políticas de resposta da zona do euro à sua crise de dívida foram majoritariamente mal conduzidas e estão aumentando os riscos futuros, disseram analistas da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) em teleconferência realizada hoje. A teleconferência segue-se ao amplo rebaixamento de ratings soberanos na zona do euro, anunciado ontem, que reduziu as notas de crédito de nove dos 17 países do bloco, entre eles França e Áustria, que perderam a nota máxima (AAA) na classificação da S&P.

"O diagnóstico apropriado teria de dar mais peso aos desequilíbrios crescentes na zona do euro", afirmou Moritz Kramer, diretor de ratings soberanos europeus da S&P, destacando questões como as divergências de competitividade entre os países refletidas em enormes desequilíbrios nas contas correntes nacionais.

Kramer disse que o núcleo da cúpula da União Europeia "não teria identificado, antecipadamente, os riscos". A Alemanha, exemplificou, tinha um dos maiores déficits orçamentários entre todos os países da zona do euro nos primeiros dez anos de existência da moeda comum, enquanto a Espanha tinha um orçamento em grande parte equilibrado.

Ele observou que, embora o estoque de dívida de países como Espanha e Itália "seja administrável sob circunstâncias normais", as elevadas necessidades de refinanciamento atuais dos dois países tornam isso muito difícil. Somente a Itália, destacou Kramer, tem de refinanciar mais de 130 bilhões de euros em dívida entre os meses de fevereiro e abril deste ano. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingCâmbioEuroEuropaMoedasStandard & Poor's

Mais de Economia

FMI confirma sua previsão de crescimento mundial para 2024 a 3,2%

Novos dados aumentam confiança do Fed em desaceleração da inflação, diz Powell

Lula pede solução de contradições de europeus para acordo com Mercosul

Crescimento econômico da China desaponta e pressiona Xi Jinping

Mais na Exame