Economia

Rio e SP continuam as cidades mais caras da América do Sul

Pesquisa da Mercer avalia custo de vida para expatriados; desvalorização do real fez cidades brasileiras despencarem no ranking


	Funcionário trabalha em reparo do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro
 (REUTERS/Severino Silva/Agencia O Dia)

Funcionário trabalha em reparo do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (REUTERS/Severino Silva/Agencia O Dia)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 10 de julho de 2014 às 19h07.

São Paulo - Duas cidades africanas são as mais caras do mundo para expatriados, de acordo com um ranking da Mercer divulgado hoje.

Luanda, em Angola, e N'Djamena, no Chade, lideram a Pesquisa de Custo de Vida, realizada em março em 211 cidades de 5 continentes.

É levado em conta o custo comparativo de mais de 200 itens em cada local, incluindo moradia, transporte, alimentação, vestuário, utilidades domésticas e entretenimento.

A ideia é ajudar empresas multinacionais e governos a definirem os subsídios aos seus funcionários expatriados. Nova York serve como a base de comparação para todas as outras. 

As africanas lideram o ranking pelo alto custo de produtos importados e a dificuldade de encontrar moradias seguras que atendam ao padrão dos estrangeiros.

Em seguida, vem Hong Kong em 3º, Singapura em 4º e Zurique em 5º.

América do Sul

Na América do Sul, Brasília foi de 73º para 144º em um ano e São Paulo é a cidade mais cara, na 49ª posição, seguida pelo Rio de Janeiro, em 65º. As cidades caíram 30 e 36 posições, respectivamente. 

Isso aconteceu apesar da alta no custo de moradia. O aumento médio nos valores de aluguel de um apartamento sem mobília com 2, 3 e 4 quartos em São Paulo foi de 4%, enquanto no Rio de Janeiro foi de 8,5%. 

O responsável pela queda foi o real, que ficou mais fraco em relação ao dólar americano. 

“A queda das cidades brasileiras no ranking de 2014 não significa necessariamente que o custo de vida nestas cidades diminuiu com relação aos anos anteriores. Os índices são muito sensíveis às variações cambiais", diz Karla Costa, consultora de Remuneração e Global Mobility da Mercer.

A mesma coisa aconteceu com outras cidades da América Latina como Santiago (queda de 25 posições), Buenos Aires (queda de 27) e Bogotá (queda de 38).

Managuá, da Nicarágua, ficou no 207º lugar e é a cidade mais barata do continente. Caracas foi retirada da lista porque tem várias taxas de câmbio oficiais e a estimativa variava muito dependendo de qual fosse escolhida.

EUA, Europa e Ásia

O mesmo movimento que fez as cidades brasileiras caírem derrubou Moscou da 2ª para a 9ª posição e fez cidades australianas e japonesas também descerem no ranking.

As americanas, por outro lado, foram catapultadas: Nova York subiu 8 posições e ficou em 16º lugar, a mais cara do continente. Todas as cidades europeias também subiram por causa da valorização de sua moeda e quatro estão no top 10.

No Oriente Médio, Tel Aviv continua a ser a cidade mais cara (18º lugar), seguida por Beirute (63º).

Veja as 10 mais caras:

Posição Cidade País Em 2013
1 Luanda Angola 1
2 N'Djamena Chade 4
3 Hong Kong Hong Kong 6
4 Singapura Singapura 5
5 Zurique Suíça 8
6 Genebra Suíça 7
7 Tóquio Japão 3
8 Berna Suíça 9
9 Moscou Rússia 2
10 Xangai China 14

E as 10 mais baratas:

Posição Cidade País Em 2013
202 Tunis Tunísia 210
203 Johanesburgo África do Sul 187
204 La Paz Bolívia 211
205 Cidade do Cabo África do Sul 197
206 Kolkata Índia 206
207 Managuá Nicarágua 212
208 Islamabad Paquistão 208
209 Bishkek Quirguistão 213
210 Windhoek Namíbia 207
211 Karachi Paquistão 214
Acompanhe tudo sobre:ÁfricaAngolaCidadescidades-brasileirasCusto de vidaExpatriadosMetrópoles globaisRio de Janeirosao-paulo

Mais de Economia

Tesouro adia para 15 de janeiro resultado das contas de novembro

Câmara apresenta justificativa sobre emendas e reitera que Câmara seguiu pareceres do governo

Análise: Inflação preocupa e mercado já espera IPCA de 5% em 2025

Salário mínimo 2025: por que o valor será menor com a mudança de regra