Economia

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Encontro será com representantes dos setores econômicos. Expectativa é que o pacote de corte de gastos seja anunciado até a próxima semana

Lula e Haddad: o ministro da Fazenda afirmou que o impacto fiscal será "expressivo" (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Lula e Haddad: o ministro da Fazenda afirmou que o impacto fiscal será "expressivo" (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Publicado em 21 de novembro de 2024 às 11h42.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Fernando Haddad vão se reunir às 15h desta quinta-feira, 21, mas não devem tratar do pacote de corte de gastos no encontro. Na agenda oficial de Lula, consta que ele terá, no mesmo horário, uma reunião com representantes dos setores de atacado e varejo.

Fontes do Ministério da Fazenda confirmaram à EXAME que Haddad estará presente nesse encontro, mas garantem que as medidas de ajuste fiscal não serão tema da discussão. Pela manhã, havia previsão de outra reunião entre Lula e Haddad para analisar as contribuições do Ministério da Defesa ao pacote de medidas, mas a expectativa é que essa avaliação ocorra em outro momento.

Na semana passada, em entrevista à Times Brasil, o ministro disse que as medidas das outras pastas já estavam definidas e só faltava o acordo com os militares, fechado na terça-feira. Na semana passada, o ministro da Fazenda afirmou que o impacto fiscal será "expressivo" e que o objetivo é reforçar o arcabouço fiscal. A estimativa do mercado e que o alívio nas contas públicas devem chegar a R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. 

O governo Lula está discutindo um pacote de medidas para atingir as metas fiscais e cumprir o novo arcabouço fiscal. Nas últimas semanas, a equipe econômica, liderada pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet, tem se reunido com o presidente e outros ministros para definir estratégias de controle de despesas.

Entre as medidas esperadas pelo mercado estão a revisão da regra de reajuste do salário mínimo, mudanças no critério do acesso ao abono salarial, valor extra pago hoje aos trabalhadores com carteira assinada que ganham até dois mínimos, mudança no seguro-desemprego, pente-fino nos benefícios sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Bolsa Família, mudanças nas regras de pensão aos familiares de militares expulsos da corporação.

Rui Costa disse que o pacote não deve atingir educação e saúde

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta manhã, em entrevista à Globo News, que o pacote deve ser anunciado até semana que vem e que não deve atingir despesas com educação e saúde. O governo debatia a inclusão de mudanças nos cálculos do piso de Saúde e Educação. O modelo levado ao presidente previa a desvinculação dos pisos à receita. O titular da Casa Civil disse que se reuniu com Haddad mais uma vez  para"ajustar os detalhes do texto".

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