Minério de ferro: demanda chinesa será fonte de estabilidade no segundo semestre, avalia a BHP (Bloomberg/Bloomberg)
Agência de notícias
Publicado em 27 de maio de 2023 às 12h34.
A BHP está confiante (como EXAME já havia mostrado) de que o conturbado mercado imobiliário da China irá se recuperar nos próximos meses, apesar dos sinais econômicos preocupantes que levaram os preços do minério de ferro e do cobre de volta aos níveis vistos pela última vez durante a época da Covid Zero.
As vendas secundárias no mercado imobiliário “continuam fortes, muito fortes”, disse Vandita Pant, diretora comercial da BHP, em entrevista nesta quinta-feira. “Sempre pensamos que as vendas e imóveis concluídos vão se recuperar primeiro, e depois construções iniciadas”, disse. Ela acrescentou que “essa trajetória está se mantendo”.
O tom confiante da maior mineradora do mundo vem na esteira de uma atividade econômica na China que decepcionou as expectativas desde que as rigorosas medidas de combate à pandemia foram removidas no final do ano passado, com forte impacto na demanda por metais. A potência asiática é de longe a maior importadora de minério de ferro e cobre.
A atividade de construção mais fraca do que o esperado, particularmente no setor imobiliário, empurrou o minério de ferro — principal produto exportado pela BHP — abaixo de US$ 100 a tonelada. O cobre, outra de suas principais commodities, caiu abaixo de US$ 8 mil a tonelada pela primeira vez em seis meses nesta semana, o que reforçou o pessimismo sobre a economia global.
Mas Pant disse que a BHP ainda espera que a demanda por metais da China “seja uma fonte de estabilidade no segundo semestre”, que deve, aliás, “ser melhor do que o primeiro”, ecoando as palavras do CEO Mike Henry durante a divulgação dos resultados semestrais da empresa em fevereiro.
O primeiro trimestre de 2023 foi “melhor do que esperávamos”, mas o mercado se empolgou no segundo trimestre, levando os preços das commodities a níveis irrealistas, disse Pant. A economia da China não deve sentir a totalidade do “vento de cauda” das medidas de estímulo do governo, introduzidas no início deste ano, antes de 2024, destacou.