Antonio Tajani: objetivo da visita é fortalecer a cooperação industrial com o Brasil (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2013 às 14h49.
Bruxelas - O vice-presidente da Comissão Europeia, responsável pela Indústria e Empreendimento, Antonio Tajani, visitará dias 10 e 11 o Brasil para reuniões que visam estimular a cooperação empresarial entre o país e a União Europeia.
O objetivo da visita é fortalecer a cooperação industrial com o Brasil. A atuação de Tajani é coordenada com o curador europeu de Comércio, Karel De Gucht, e a delegacia de Pesquisa e Inovação, Maire Geoghegan-Quinn.
A cooperação com o Brasil está centrada na indústria altamente tecnológica, na inovação industrial, na internacionalização de pequenas e médias empresas e a padronização. Também está prevista a troca de informação sobre pesquisa e desenvolvimento, especialmente no setor energético (petróleo, gás e renováveis) e infraestruturas.
A CE pretende fortalecer os contatos entre as duas comunidades empresariais e simplificar os trâmites administrativos.
Durante a viagem ao Brasil, Tajani se reunirá com os ministros de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; de Educação, Aloizio Mercadante; do Itamaraty, Luiz Alberto Figueiredo, e os responsáveis de Pequenas e Microempresas e de Ciência, Tecnologia e Inovação.
O Brasil é um importante parceiro econômico para a União Europeia. Mais de 18% das exportações brasileiras têm como destino a UE, e 20% das importações vem dela.
Em 2012, 90% das exportações dos 27 (sem contar a recente adesão da Croácia ao bloco) ao Brasil foi nos setores de: automobilístico, aviões, químico e de maquinaria.
No entanto, o mercado brasileiro experimenta proteção relativamente alta, com tarifas alfandegárias que somam em média 12%, e esse tipo de barreira ao comércio está aumentando, segundo recente relatório da UE.
De acordo com o 10º Relatório sobre Potenciais Medidas Comerciais Restritivas, desde maio de 2012 houve um forte aumento do uso de medidas comerciais restritivas pelo Brasil, em particular importantes altas tarifárias.
De todos os países do relatório, o Brasil também representou mais de um terço das restrições relacionadas com as licitações públicas, algo que pode obrigar ao uso de bens domésticos e forçar a realocação de negócios a outros países pela UE.
O país também defende fortemente, segundo a mesma fonte, algumas de suas indústrias da concorrência estrangeira, o que prejudica os consumidores e a outros setores industriais, sustenta a Comissão Europeia.
O encontro serve também para a União Europeia encorajar o Brasil a reduzir suas barreiras alfandegárias e a manter um clima regulador estável para investidores e comerciantes europeus.