Economia

No Reino Unido, o Brexit começa a afetar a economia

ÀS SETE - Resultados econômicos que serão divulgados hoje podem apontar que a economia britânica cresceu somente 0,4% no terceiro trimestre do ano

Theresa May: cada vez mais analistas afirmam que o Brexit, que muitos diriam que afetaria a economia britânica severamente, começa a cobrar a conta (Toby Melville/Reuters/Reuters)

Theresa May: cada vez mais analistas afirmam que o Brexit, que muitos diriam que afetaria a economia britânica severamente, começa a cobrar a conta (Toby Melville/Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 06h38.

Última atualização em 22 de dezembro de 2017 às 07h20.

O Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido divulga hoje os componentes detalhados do PIB, que podem apontar para uma realidade dura: a de que a economia britânica cresceu somente 0,4% no terceiro trimestre do ano, o mesmo ritmo do trimestre anterior.

O resultado, se confirmado hoje, colocaria o Reino Unido no caminho para confirmar um crescimento de 1,5% no ano de 2017.

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Cada vez mais analistas afirmam que o Brexit, que muitos diriam que afetaria a economia britânica severamente, começa a cobrar a conta.

“Nossa previsão se tornou a realidade da economia: a libra depreciou, a inflação caiu, o mercado de trabalho foi espremido e investimentos estão em níveis ainda menores do que previmos”, disse a diretora do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, esta semana em Londres.

Lagarde aproveitou a oportunidade para desdenhar dos advogados do Brexit, que antes do voto diziam que os britânicos estavam fartos de “especialistas pessimistas”. “Infelizmente não somos pessimistas, acertamos em cheio”, disse.

Em junho do ano passado, pouco antes do Brexit, o FMI previu que se as conversas de transição fossem suaves, o crescimento de 2017 da economia britânica cairia de 2,2% para 1,4%. Em 2018, o FMI, que há um ano e meio previa um crescimento de 1,8%, já estima 1,5%.

Mas, segundo o FMI, há uma saída: aprovar o Brexit o quanto antes e evitar os reveses econômicos que a incerteza da matéria geraria.

Esse parece ser o desafio para a primeira ministra Theresa May, que chega ao final de 2017 encurralada.

Só este ano ela perdeu a maioria no parlamento em eleições frustradas, teve dificuldades de controlar seu partido (que já vota leis sobre o Brexit à revelia) e luta para entrar em um acordo com os negociadores europeus.

O Brexit caminha a passos miúdos e a economia britânica dá sinais de desgaste. Talvez seja hora de começar a ouvir os especialistas.

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