Reformas estão prontas para serem apresentadas, diz Bolsonaro à TV Record
"Privatizar alguma coisa, não é tudo, vamos preservar aqui o setor elétrico, Furnas, Banco do Brasil e Caixa Econômica", disse o candidato do PSL
Reuters
Publicado em 11 de outubro de 2018 às 09h20.
Última atualização em 11 de outubro de 2018 às 14h12.
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro , disse já ter propostas de reformas prontas para serem apresentadas em janeiro, inclusive para uma reforma tributária, caso seja eleito presidente, e afirmou que seu eventual governo vai buscar um "dólar compatível" e a menor taxa de juros possível.
"As reformas que têm que ser feitas, tributária e etc, está praticamente tudo pronto, está quase tudo com sinal verde, e uma vez a gente chegando, se elegendo, apresenta em janeiro essas propostas", disse Bolsonaro em entrevista à TV Record reproduzida na conta oficial de Twitter do candidato, na noite de quarta-feira.
"Não aumentaremos mais imposto, até porque ninguém tem como pagar mais imposto no Brasil. A ideia é desburocratizar e desregulamentar muita coisa", acrescentou.
Bolsonaro reiterou na entrevista ser contrário a privatizações no setor elétrico, assim como que gostaria de manter estatal o "miolo" da Petrobras. Na quarta-feira, as ações da Eletrobras sofreram uma queda acentuada na bolsa em reação a declarações do candidato sobre ser contrário à privatização de ativos na área de geração de energia elétrica.
"Privatizar alguma coisa, não é tudo, vamos preservar aqui o setor elétrico, Furnas, Banco do Brasil e Caixa Econômica", disse. "A Petrobras eu acho que tem que ser preservada o miolo dela. A questão de refinaria, refino, acho que você pode partir paulatinamente para privatizações."
O candidato do PSL afirmou ter estabelecido algumas metas econômicas a serem buscadas pelo ministro da Fazenda de seu eventual governo, o economista Paulo Guedes, entre elas "um dólar compatível, uma taxa de juros menor possível e buscar uma maneira de pagar a dívida interna".
Bolsonaro também comentou na entrevista sobre a proposta de pagar um 13º salário aos beneficiários do programa Bolsa Família, e disse que os recursos para isso sairão de combate a fraudes no próprio programa.
"Nós gastamos aproximadamente 30 bilhões de reais por ano com o Bolsa Família, acho que 7, 8 bilhões é fraude, dá para você combater e pagar o 13º", disse, acrescentando que "ninguém pode pensar em acabar com o Bolsa Família, seria um ato de desumanidade".
Bolsonaro confirmou, ainda, que será liberado pelos médicos na semana que vem para participar de eventos de campanha, e que estará disponível para comparecer a dois debates com seu adversário no segundo turno, Fernando Haddad, do PT.
Bolsonaro permanece com restrições impostas pelos médicos após passar por duas cirurgias e permanecer hospitalizado por 23 dias em consequência de um facada sofrida durante ato de campanha no mês passado em Juiz de Fora (MG).
"Quinta-feira que vem eu vou a São Paulo e eles com toda certeza me liberam. Estaria disponível a participar de dois debates com o senhor Haddad, então é motivo de satisfação enfrentar o pau mandado de Lula e ter como mostrar para a população onde o PT chegará caso consiga o poder novamente".
Bolsonaro vai enfrentar o candidato do PT no segundo turno do dia 28 de outubro após ter sido o mais votado no primeiro turno com 46 por cento dos votos, enquanto Haddad ficou em segundo lugar com 29 por cento.