Economia

Reforma tributária: novo tributo deve ter alíquota federal de 8,8%

Eventuais mudanças na regulamentação devem alterar os números

Bernard Appy -  Secretário Extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda  Foto: Leandro Fonseca. Data: 18/08/2023 (Leandro Fonseca/Exame)

Bernard Appy - Secretário Extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda Foto: Leandro Fonseca. Data: 18/08/2023 (Leandro Fonseca/Exame)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 25 de abril de 2024 às 13h14.

O secretário de Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, afirmou nesta quinta-feira, 25, que a estimativa da alíquota-padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), criado pela reforma, é formado por uma taxa federal de 8,8% e outra para estados e municípios, de 17,7%.

A estimativa é de uma alíquota de referência para o novo sistema tributário de 26,5%. Essa é apenas uma estimativa, já que a alíquota definitiva a ser cobrada será descoberta apenas um ano antes de cada etapa de transição entre sistemas, e precisará ser determinada pelo Senado Federal.

O IVA é composto pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de competência estadual e municipal.

Por isso, a alíquota será uma referência para os entes federativos. Se quiserem alterar a taxa, para cima ou para baixo, União (para CBS) e estados e municípios (para IBS) poderão enviar uma proposta para o Legislativo correspondente. Se não enviarem um projeto para mudar, será aplicada a referência automaticamente.

"Haverá uma relação direta política-fiscal, por isso que falamos em cidadania fiscal", disse o diretor da Secretaria Especial de Reforma Tributária Daniel Loria, explicando que o gestor terá de lidar com eventual ônus político de aumentar os impostos.

A regulamentação é importante nessa definição porque, quanto mais exceções, maior a carga sobre os demais contribuintes.

Appy ainda rebateu as críticas de que, mesmo considerando a média de 26,5%, a alíquota ainda seria uma das mais altas do mundo. Hoje, segundo ele, com a cobrança do imposto por dentro (imposto sobre imposto), a alíquota-padrão é de 34,4%.

"Mas as pessoas não sabem quanto estão pagando. E ainda tem mais o IPI e outras coisas que as pessoas não veem", disse. "O Brasil é um dos poucos países do mundo em que a alíquota incide sobre o preço com imposto", continuou.

O governo apresentou nesta quarta-feira o primeiro texto de regulamentação da reforma tributária, que institui a CBS (IVA nacional) e o IBS (IVA subnacional). Ainda será enviado outro projeto de lei complementar que trata de aspectos administrativos, como o Comitê Gestor do IBS.

As mudanças nas regras de tributação sobre o consumo foram aprovadas no fim do ano passado pelo Congresso Nacional, por meio de Emenda Constitucional. Mas ainda é necessário detalhar uma série de pontos.

Acompanhe tudo sobre:Reforma tributária

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor