Economia

Reforma não vai eliminar déficit da Previdência, diz secretário

Marcelo Caetano afirmou que a situação da Previdência é tão delicada que nem a reforma vai conseguir eliminar o deficit

Marcelo Caetano: "o máximo que vai se conseguir é estabilizá-lo. Temos de ser bem sinceros com isso" (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Marcelo Caetano: "o máximo que vai se conseguir é estabilizá-lo. Temos de ser bem sinceros com isso" (Antônio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 11h12.

Ribeirão Preto - O secretário da Previdência Social do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, avaliou que a situação da Previdência no Brasil "é tão delicada que Reforma não vai conseguir acabar com o déficit" no setor.

"O máximo que vai se conseguir é estabilizá-lo. Temos de ser bem sinceros com isso", disse, em entrevista ao Canal Livre, da Rede Bandeirantes, na madrugada desta segunda-feira.

Segundo Caetano, a economia de mais de R$ 700 bilhões prevista com a aprovação da Reforma será apenas nos dez primeiros anos, já que, após esse período, os brasileiros seguirão envelhecendo e, portanto, recebendo os benefícios por um período mais longo. O movimento vai seguir pressionando o caixa do governo.

Caetano afirmou que "em termos previdenciários" os direitos estão garantidos para os que já são aposentados ou para pensionistas, além dos trabalhadores que já contribuíram pelo tempo necessário nas atuais regras e ainda não se aposentaram.

Ele avaliou que não é necessária, portanto, uma corrida para que esses trabalhadores com tempo suficiente busquem o benefício e se aposentem antes da aprovação da Reforma da Previdência.

Para o secretário, a Previdência não serve para resolver os problemas de mercado de trabalho. Sobre a previdência privada, ele afirmou que a modalidade deve seguir complementar à social.

"Temos uma proposta na PEC (da Previdência) que incentiva, por exemplo, o uso da previdência privada complementar pelos servidor público."

Caetano encerrou a participação afirmando que, ao contrário das outras tentativas de reformas na Previdência, "hoje o déficit é bem maior e o tempo é bem menor" para fazê-las.

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