Economia

Reforma da Previdência é apoiada por 44% e reprovada por 49%, diz pesquisa

A maior parte dos brasileiros acredita que a economia proveniente da reforma deve ser investida em áreas como saúde, educação, transporte e obras

Reforma da Previdência: pesquisa aponta que 79% dos brasileiros acreditam que políticos, servidores e trabalhadores da iniciativa privada devem seguir as mesmas regras de aposentadoria (Pablo Valadares/Agência Brasil)

Reforma da Previdência: pesquisa aponta que 79% dos brasileiros acreditam que políticos, servidores e trabalhadores da iniciativa privada devem seguir as mesmas regras de aposentadoria (Pablo Valadares/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de junho de 2019 às 20h18.

Última atualização em 17 de junho de 2019 às 20h20.

São Paulo — O tema reforma da Previdência divide o sentimento da população brasileira, segundo pesquisa Ibope contratada pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e obtida com exclusividade pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O levantamento mostra que a reforma é apoiada — total ou parcialmente — por 44% da população. Outros 49% são contrários ao texto e 7% não souberam responder.

Uma abertura dos números mostra, no entanto, que apenas 19% se dizem completamente favoráveis às mudanças nas regras da aposentadoria apresentadas e 25% se dizem parcialmente a favor. Entre os que são avessos ao texto, 33% se dizem completamente contra e 16%, parcialmente.

A pesquisa contratada pelo CLP será divulgada nesta segunda-feira, 17, em cerimônia que vai lançar a rede Apoie a Reforma, formada por 50 instituições que querem gerar conteúdo sobre o tema e atuar junto à sociedade pela aprovação do texto. A pesquisa foi a campo entre 23 e 27 de maio e soma 2.002 entrevistas, com margem de erro de 2 pontos porcentuais para baixo ou para cima. O levantamento tem abrangência nacional e escutou pessoas de capitais, periferia e interior.

O Ibope mostra que a maior parte dos entrevistados, 82% do total, acredita que é necessário fazer algum esforço para garantir a aposentadoria das gerações futuras. A maior parte, contudo, 58% do total, diz que aceita que as regras mudem desde que isso crie um ambiente de taxas de juros mais baixas, menor inflação e mais emprego. Outros 37% não aceitam novas regras nem mesmo sob as condições acima.

A percepção de que uma melhor condição de juros, inflação e emprego pode ser uma boa troca para as mudanças nas regras previdenciárias é mais forte entre evangélicos (58%) e brancos (61%). Entre católicos e entre pretos e pardos, o porcentual de quem concorda com a afirmação acima é de 55%, em ambos os casos.

A maior parte dos brasileiros acredita que a economia proveniente de uma reforma da Previdência deve ser investida em áreas-chave como saúde, educação, transporte e obras.

A percepção de que os recursos devem ser utilizados para pagar aposentadorias é mais forte entre os mais velhos, acima dos 45 anos, e no Sul e Sudeste. Mesmo assim, a percepção que prevalece em todas as faixas é a de que o dinheiro deve ser direcionado para saúde, educação e transporte.

Capitalização

O levantamento mostra que a fixação de alguma idade mínima é aceita por 75% dos entrevistados. O patamar sugerido pelo governo, de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, é apoiado por 62% e 61% dos brasileiros, respectivamente. Já a capitalização divide o público ouvido: 45% dos entrevistados são favoráveis, enquanto 46% preferem seguir no regime de repartição.

Em relação às aposentadorias especiais, a pesquisa mostra que 51% dos entrevistados concordam que professores parem de trabalhar mais cedo. A proposta de que seja fixada uma idade mínima de 60 anos, contudo, tem aceitação de 58% dos brasileiros, segundo a pesquisa.

O levantamento mostra ainda que a maior parte dos entrevistados, 79%, quer que políticos, servidores e trabalhadores da iniciativa privada tenham as mesmas regras de aposentadoria. Outros 18% creem que as carreiras podem ter formatos diferentes para se aposentar. Essa percepção é forte em todas as faixas etárias e regiões do País, mas tem destaque principalmente no Sudeste (84%), entre homens (81%), com mais de 5 salários (86%) e na faixa etária entre 25 e 44 anos (81%).

No recorte por região, a pesquisa mostra que a principal resistência à reforma se encontra no Nordeste. É a região que tem taxa de rejeição superior à de aceitação.

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