Economia

Recuo de investimentos do governo puxou queda do PIB

A queda do consumo do governo ocorreu em meio a um crescimento menor dos gastos no segundo trimestre ante o primeiro trimestre, afirmou porta-voz do IBGE


	Impostos sobre produtos caíram mais do que a média da economia, puxando queda do PIB
 (Getty Images)

Impostos sobre produtos caíram mais do que a média da economia, puxando queda do PIB (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 12h09.

Rio - Sob a ótica da demanda, as retrações das despesas do consumo do governo e dos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) tiveram influência negativa na queda de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2014 ante o período imediatamente anterior, afirmou Rebeca de La Rocque Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

De acordo com Rebeca, a queda do consumo do governo ocorreu em meio a um crescimento menor dos gastos correntes no segundo trimestre ante o primeiro trimestre, enquanto ficou maior nos três primeiros meses do ano no mesmo tipo de comparação. "A arrecadação também não está crescendo muito, o que influenciou no resultado", disse.

A FBCF, que retraiu 5,3% na comparação com o primeiro trimestre, também puxou a queda do PIB. Foi o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2009, quando caiu 11,8%.

Na outra ponta, a contribuição positiva no resultado do PIB veio do aumento das exportações e queda das importações, "influenciadas pela desvalorização do câmbio".

Impostos

A gerente de Contas Nacionais do IBGE, no entanto, também avaliou que o volume de impostos pagos sobre produtos caiu mais do que a média da economia, puxando o resultado do PIB para baixo. "Isso é o contrário do que acontecia em outros trimestres, quando até ajudavam, pois cresciam até acima da média da economia", avaliou Rebeca.

Dentro da queda de 0,6% do PIB no segundo trimestre ante o primeiro deste ano, entretanto, apenas o valor adicionado recuou 0,4%, enquanto -0,2 ponto porcentual decorreu da queda nos impostos.

"Alguns setores que pagam muitos impostos estavam crescendo acima da média da economia, e isso mudou neste trimestre. Serviços de informação continuam crescendo bastante, energia elétrica nem tanto. A indústria automotiva, que paga bastante imposto sobre seus produtos, caiu muito. Isso acabou puxando o volume de impostos para baixo", explicou Rebeca.

Segundo o IBGE, os impostos mensurados no cálculo do PIB são o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o ICMS, entrou outros. "O IPI foi bastante afetado, até pelo desempenho da indústria de transformação", disse a gerente.

Na comparação com o segundo trimestre de 2013, o mesmo fenômeno foi observado. O PIB recuou 0,9%, mas o valor adicionado recuou 0,7%, enquanto os impostos caíram 1,9%, a maior queda desde o segundo trimestre de 2009 (-3,3% ante igual período de 2008).

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraICMSImpostosIndicadores econômicosInvestimentos de governoIPILeãoPIBPIB do Brasil

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor