Rabello: ele aproveitou para exaltar a agropecuária, que apresentou alta de 13,4%, e disse que o setor vai, de novo, "brilhar" no segundo trimestre (Wilson Dias/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de junho de 2017 às 08h21.
O atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, disse nesta segunda-feira, durante entrevista no programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes, acreditar que a recessão no Brasil acabou.
Rabello amparou a justificativa no resultado do Produto Interno Bruto (PIB) referente ao 1º trimestre de 2017, divulgado na semana passada, que mostrou alta de 1,0%.
"Essa recessão não tem mais para onde ir", disse Rabello. Questionado sobre o possível excesso de euforia do governo federal ao comemorar o número, Rabello rechaçou a afirmativa e disse que a postura foi "absolutamente correta" e que "governo que não comemora não está mais governando".
Rabello aproveitou para exaltar a agropecuária, que apresentou alta de 13,4%, e disse que o setor vai, de novo, "brilhar" no segundo trimestre.
Voltando-se aos setores que não apresentaram bons números, como o de serviços, que apresentou estagnação, e a indústria, que subiu 0,9%, Rabello citou o processo reformista e a simplificação tributária como ferramentas necessárias para acelerar o processo de recuperação.
"Aí vocês poderiam me perguntar: 'bom, mas então porque crescia tanto antes da crise? Fatores heterodoxos entraram em cena. Agora estamos pagando o fim do processo de ajuste recessivo. E nos descobrimos também numa situação terrível: a nossa produtividade desde o início dos anos 2000 está parada, salvo no agronegócio", disse Rabello.
Perguntado sobre o que pode acontecer caso as reformas trabalhista e da Previdência não sejam aprovadas, Rabello garantiu que o BNDES "vai entrar em campo de chuteira e bicuda", com ou sem reforma. "Se houver demanda por investimento, o BNDES vai caprichar velocidade, celeridade para aprovação desse novo processo".
Ao mesmo tempo, Rabello pregou uma postura ponderada na distribuição de crédito. "Não quero que o empresário comece a se amalucar, ele sabe que vai ter que pagar. O BNDES não é casa de caridade. Emprestou, tem que retornar".