Economia

BC não deveria intervir na taxa de câmbio, diz Rands

Colaborador de Marina Silva criticou a atuação do Banco Central no mercado de câmbio


	Prédio do Banco Central, em Brasília
 (Gregg Newton/Bloomberg)

Prédio do Banco Central, em Brasília (Gregg Newton/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 21h34.

Brasília - O economista Alexandre Rands, colaborador da área econômica do programa de governo da candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, criticou nesta terça-feira, 16, a atuação do Banco Central no mercado de câmbio.

Em entrevista ao Broadcast ao Vivo, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele disse que o que o BC tem feito é intervir para alterar a taxa. Segundo Rands, o BC só deve intervir em momentos de grande volatilidade.

"Hoje o BC está intervindo há um pouco mais de ano sempre na mesma direção. Isso não é intervenção para reduzir volatilidade. O que o BC tem feito é, na verdade, intervenção para alterar a taxa de câmbio", criticou.

Rands disse que o Brasil não tem hoje câmbio livre. Ele ressaltou que o programa de governo da candidata Marina Silva fala em restaurar o tripé macroeconômico, o que inclui o câmbio livre.

"Quando ela (Marina) fala que vai recuperar o tripé econômico, ela está dizendo que não vai intervir no mercado de câmbio", disse.

O economista destacou ainda que a intervenção do BC na taxa de câmbio vai além da sua tarefa. "Ele (BC) deveria estar preocupado com a inflação. Não é para usar instrumentos específicos para mudar a taxa de cambio desse jeito", atacou.

Taxa de juros

O economista disse também que a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) poderia "subir um pouco".

"Essa é a minha opinião", disse ele. Segundo Rands, a TJLP não acompanhou a elevação da taxa Selic feita pelo Banco Central para combater a alta da inflação.

"E isso fez com que houvesse uma elevação dos subsídios do governo dos empréstimos do BNDES. É uma forma de reduzir o gastos", afirmou.

O economista avaliou ainda que é possível fazer um superávit primário das contas do setor público de 2% do PIB em 2015 - primeiro ano do próximo governo.

"Um superávit de 2% é possível. Mas 2,5% eu acho que talvez não seja atingível", afirmou. Em sua avaliação, o governo Dilma "esses anos todos" tem sobrestimado o superávit primário.

Para ele, é possível fazer uma meta fiscal de 2% com um Orçamento mais realista e com corte de despesas. Ele lembrou que o compromisso do programa de governo da candidata Marina Silva é não aumentar tributos.

"Quando Eduardo Campos era candidato, ele sempre falava que ia acabar com os gastos com a política de balcão para conseguir maioria no Congresso para que o deputado vote a favor", disse.

Rands disse que é possível ganhar eficiência e reduzir os gastos eliminado essa política.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioCelebridadesMarina SilvaMercado financeiroPersonalidadesPolítica cambialPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Corte anunciado por Haddad é suficiente para cumprir meta fiscal? Economistas avaliam

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Haddad anuncia corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir arcabouço e meta fiscal

Mais na Exame