Economia

Rajoy assegura que Espanha voltará a crescer em 2014

O chefe do Executivo admitiu os "momentos difíceis" para a Espanha, especialmente para os cerca de cinco milhões de espanhóis que não encontram trabalho

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy: o presidente do governo espanhol defendeu ainda as duras medidas de ajuste de sua administração (REUTERS)

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy: o presidente do governo espanhol defendeu ainda as duras medidas de ajuste de sua administração (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2012 às 16h53.

Rio de Janeiro - A economia espanhola sofrerá uma contração de 0,5% em 2013 e voltará a crescer em 2014, afirmou o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, em entrevista publicada nesta quarta-feira por vários jornais latino-americanos.

"Para 2013 esperamos um crescimento negativo de 0,5% e um aumento do desemprego muito inferior ao de 2012", afirmou o governante ao admitir que a crise se prolongará na Espanha durante pelo menos um ano.

"Mas acreditamos que em 2014 a Espanha já terá crescimento econômico", acrescentou Rajoy em sua entrevista aos correspondentes de "O Globo, "La Nación", "El Universal", "El Tiempo" e "El Mercurio".

O chefe do Executivo admitiu os "momentos difíceis" para a Espanha, especialmente para os cerca de cinco milhões de espanhóis que não encontram trabalho e as várias empresas que, sem crédito, não podem investir para gerar emprego e crescimento.

Assegurou que a crise é consequência fundamentalmente do elevado déficit público, da dívida, de problemas de competitividade e de um setor bancário em pleno saneamento.

"A situação não é boa, mas as decisões estão sendo tomadas", garantiu.

"Estamos realizando grandes esforços para reduzir o déficit, o que está exigindo muitos sacrifícios das pessoas. Somos conscientes disso, mas é imprescindível para a recuperação", acrescentou.


Por outra parte, Rajoy afirmou sentir "um enorme tristeza e grande preocupação" pelos espanhóis que perdem suas casas por causa da crise, uma circunstância que provocou o suicídio de duas pessoas cujas casas estavam em trâmite de despejo.

Perante a dura realidade, Rajoy, que "com ordem e disciplina" consegue dormir bem, prefere confiar na recuperação.

"Os números nos levam, não a ser otimistas, mas a crer que as coisas melhorarão no ano que vem. Se tenho vontade de chorar? As coisas não vão bem. Não podemos negar a realidade", contou.

O presidente do governo espanhol defendeu ainda as duras medidas de ajuste de sua administração apesar de entender a irritação dos espanhóis, porque, assegurou, "não vivo de costas à realidade".

"Este governo teve que tomar decisões políticas difíceis. Promovemos essa política econômica porque acreditamos que é isso que a Espanha necessita", ressaltou.

Além disso, Mariano Rajoy descartou que a Espanha esteja perdendo peso na política externa latino-americana por sua situação econômica.

"A América Latina tenta abrir novos espaços, mas a Espanha é uma grande referência e vice-versa", concluiu. 

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