Economia

R$ 10,2 bi do Plano Safra dependem de definições para LCA

Esses recursos são referentes às Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), cujas regras ainda precisam ser alteradas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)


	Plano Safra: as regras sobre as LCAs visam a tornar viável um acordo entre os bancos e o governo e estimular financiamentos
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Plano Safra: as regras sobre as LCAs visam a tornar viável um acordo entre os bancos e o governo e estimular financiamentos (.)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2016 às 18h13.

Brasília - Pelo menos R$ 10,2 bilhões em financiamentos a juros controlados, que deveriam ser disponibilizados pelo Plano Safra 2016/2017, estão pendentes.

Esses recursos são referentes às Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), cujas regras ainda precisam ser alteradas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que não divulgou nesta sexta-feira, 6, nada referente a esses papéis, ainda que tenha avaliado as medidas do Plano Safra 2016/17.

As regras sobre as LCAs visam a tornar viável um acordo entre os bancos e o governo e estimular financiamentos usando esses papéis como funding.

Além desse montante, caso o CMN não aprove a proposta do Ministério da Agricultura, parte dos R$ 30 bilhões de empréstimos com LCA a juros livres pode também não sair do papel, comprometendo o valor global do Plano Safra.

Nesse cenário, o plano, que é uma espécie de programação de financiamento para o ciclo produtivo, pode ficar próximo ou até mesmo abaixo do anunciado para a safra 2015/2016, com algo ao redor de R$ 180 bilhões.

Caso isso se confirme, será uma redução de 11,24% no valor prometido por Kátia Abreu no Palácio do Planalto na última quarta-feira, 4. A expectativa é que o CMN anuncie mudanças na LCA em breve, no entanto, ainda não há uma data definida.

Hoje pela manhã, o conselho publicou os limites, normas e taxas do Plano Safra, com exceção dessas letras de crédito.

Se não sair até 11 de maio, pode ficar para um próximo governo tomar a decisão, já que essa é a data que o Senado decide pela admissibilidade do processo de impeachment e, caso ele seja aceito, a presidente será afastada por até 180 dias.

Durante a construção desse plano, o governo negociou com o sistema bancário mudanças nas exigibilidades para as LCAs. A regra atual define que 50% do que os bancos emitirem em LCA, desde que lastreado em operações de crédito com recursos obrigatórios, teriam de ser revertidos em financiamentos para o setor rural.

A partir de 1º de junho deste ano, esse porcentual passa para 100%. Esse arranjo foi feito no ano passado, antes do lançamento do Plano Safra 2015/2016.

A expectativa era de que com essas medidas fossem gerados R$ 30 bilhões em financiamentos para o produtor rural, mas, entre julho do ano passado e abril, foram emitidos menos da metade do esperado, R$ 11,1 bilhões. O volume é recorde, mas ainda aquém do prometido.

Para mudar o quadro, o governo propôs aos bancos acabar com essa exigibilidade que manda que 100% dessas LCAs, emitidas com lastro em recursos obrigatórios, se transformem em novos financiamentos para o setor rural.

A promessa foi reduzir para 35%, sendo que 20 pontos porcentuais serão juros livres e 15 pontos porcentuais serão controlados.

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