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Queda do petróleo abre espaço para volta da Cide, diz HSBC

O HSBC vê chances de que, com a queda dos preços do petróleo, o governo determine que a Petrobras reduza preços para que possa retornar com a Cide

Bomba de gasolina em posto: a Petrobras não comentou a informação imediatamente (Jeff Pachoud/AFP)
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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2015 às 19h31.

Rio de Janeiro - Com a queda contínua dos preços do barril de petróleo no mercado internacional, o HSBC vê chances de o governo brasileiro determinar que a Petrobras reduza preços dos combustíveis para que possa retornar com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sem que haja impactos nas bombas de gasolina e diesel e consequentemente na inflação.

Em nota a clientes, o banco destacou que o prêmio dos combustíveis no país em relação aos preços praticados no exterior está em 60 por cento para a gasolina e 49 por cento para o diesel. Isso depois de a Petrobras vender por anos combustíveis mais baratos do que os preços internacionais - os valores no exterior oscilam ao sabor da cotação da commodity, enquanto no Brasil são controlados.

O petróleo Brent caiu cerca de 55 por cento desde o pico do ano passado, registrado em junho, tendo atingido uma mínima de mais de cinco anos nesta terça-feira. O barril fechou em nova queda, um pouco acima de 50 dólares, diante de preocupações crescentes com um excesso de oferta global.

As cotações atuais dos combustíveis no Brasil, segundo o banco, ainda podem tornar possível a importação daqueles derivados de petróleo por distribuidores privados. "Além disso, acreditamos que isso começa a chamar a atenção do governo para a possibilidade de reduzir os preços de refinaria, para que a Cide possa ser elevada sem nenhum impacto sobre os preços na bomba, portanto, nenhum impacto nas taxas de inflação", afirmou o HSBC na nota aos clientes.

A Petrobras não comentou a informação imediatamente.

Fonte do governo consultada pela Reuters ao final do ano passado disse que estava em análise o aumento da alíquota da Cide sobre combustíveis, zerada desde 2012, o que permitiria um aumento importante da arrecadação.

O banco ressaltou ainda que a petroleira vive um momento delicado, alvo de diversas denúncias de envolvimento em supostos esquemas de corrupção, em um cenário já complicado de queda constante dos preços do petróleo. Devido às denúncias, a Petrobras não publicou até agora seu balanço financeiro do terceiro trimestre do ano passado, o que deve realizar neste mês.

Apesar das dificuldades, o HSBC frisou acreditar que a empresa permanecerá sendo utilizada como "um importante veículo de condução política de inflação do governo, por meio da política de preços de combustíveis".

Em meio a queda dos preços do petróleo, o governo elevou em novembro do ano passado o preço do diesel na refinaria da Petrobras em 5 por cento, e o da gasolina em 3 por cento.

São Paulo – O mundo consumiu, em média, 89,7 milhões de barris de petróleo por dia em 2012. Metade disso atendeu à demanda dos 15 maiores importadores do óleo. A lista, baseada em dados da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), é encabeçada pelos Estados Unidos , que dependem da importação para atender 40% de seu consumo. Mas isso está perto de mudar. A revolução do xisto pode fazer o país atingir sua independência energética até 2035, pelas previsões da Agência Internacional de Energia e da petrolífera BP. Dentro de seis anos , a expectativa é que a importação de petróleo caia 50%. Além de deixar a lista de importadores, o país pode tornar-se um exportador de petróleo bruto. Em face do boom na produção interna, aumentam as pressões para que o Congresso americano elimine as restrições às vendas externas, adotadas há 40 anos, para proteger o mercado doméstico da volatilidade dos preços dos combustíveis, em resposta à crise do petróleo. Hoje, os EUA exportam apenas óleo refinado, na forma de combustíveis e outros produtos. A exceção à regra é a exportação de petróleo bruto para o Canadá.
  • 2. 1 - Estados Unidos

    2 /16(Getty Images)

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