Economia

Qualidade do crédito se mantém no Brasil, diz Moody's

A Moody's espera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,5% em 2017 e de 1,5% em 2018

Moody's: projeta que a queda na inflação deva permitir que o banco central leve a inflação para a meta de 4,5% (Emmanuel Dunand/AFP)

Moody's: projeta que a queda na inflação deva permitir que o banco central leve a inflação para a meta de 4,5% (Emmanuel Dunand/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de agosto de 2017 às 12h12.

Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 12h14.

São Paulo - A Moody's afirmou que a qualidade do crédito corporativo do Brasil deve registrar melhora modesta até 2018, após sua pior recessão na história, apoiado por uma economia mais estável e por iniciativas de desalavancagem. A avaliação consta de um novo relatório da agência.

"Uma melhora robusta, porém, dependerá de uma recuperação sustentável tanto na demanda quando no investimento corporativo, que parece improvável durante 2017 e 2018", afirma Marcos Schmidt, vice-presidente da agência, analista sênior e principal autor do relatório.

A Moody's espera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,5% em 2017 e de 1,5% em 2018. "A economia ainda lida com o consumo e os níveis de emprego fracos, bem como com a incerteza política e riscos externos, que têm retardado reformas estruturais cruciais", argumenta a agência.

Como fator positivo, a Moody's diz que os mercados financeiros "aparentemente não deram importância" às recentes acusações contra o presidente Michel Temer. O real se valorizou, os mercados acionários subiram e as emissões de bônus têm continuado, afirma a agência. Segundo ela, o sentimento do investidor tem se sustentado, apesar dos distúrbios políticos, o que favorece que algumas grandes corporações acessem o mercado.

Mais adiante, a Moody's projeta que a queda na inflação deve permitir que o banco central leve a inflação para a meta de 4,5%, o que beneficiará os níveis da dívida do governo.

Já as companhias menores, com ratings mais baixos, continuam a enfrentar risco de liquidez, bem como o financiamento restrito tanto local quanto internacionalmente. "Os bancos locais, por exemplo, reduziram os empréstimos para as corporações não financeiras para 8,9% nos últimos 12 meses encerrados em junho de 2017", aponta a agência.

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