Economia

Putin propõe anistia fiscal de quase US$ 1 bi na Rússia

Medida deve beneficiar 42 milhões de cidadãos e outros três milhões de trabalhadores autônomos

Vladimir Putin: "há dívida por impostos atrasados acumulados ao longo de muitos anos por circunstâncias que não têm nada a ver com as pessoas" (Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin/Reuters)

Vladimir Putin: "há dívida por impostos atrasados acumulados ao longo de muitos anos por circunstâncias que não têm nada a ver com as pessoas" (Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 12h44.

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs nesta quinta-feira uma anistia fiscal de quase US$ 1 bilhão em impostos atrasados a 42 milhões de cidadãos e outros três milhões de trabalhadores autônomos, uma medida de clara cunho eleitoral.

"Há dívida por impostos atrasados acumulados ao longo de muitos anos por circunstâncias que não têm nada a ver com as pessoas, mas com defeitos do nosso sistema tributário. Esta dívida afeta 42 milhões de pessoas e soma um total de 41 bilhões de rublos (US$ 700 milhões) ", disse em sua tradicional entrevista coletiva anual.

Estes devedores, acrescentou, "devem ser liberados dos pagamentos", da mesma forma que os 2,9 milhões de autônomos que devem outros 15 bilhões de rublos (US$ 255 milhões) enquanto os negócios que iniciaram "fracassaram por alguma razão".

O presidente russo, que há uma semana anunciou sua candidatura às eleições de março, também disse que a política fiscal não sofrerá mudanças ao longo de 2018, mas antecipou que os impostos poderiam subir a partir de 2019.

"Os impostos não crescerão até o final de 2018. Mas a partir de 2019 (...) marcamos projetos em infraestruturas, saúde, educação, altas tecnologias, o reforço do Exército e da Marinha, mas necessitamos de recursos. Agora estamos pensando a quais fontes de recursos recorrer", apontou.

Putin também se referiu ao aumento da idade de aposentadoria, um assunto que é falado há muitos anos na Rússia, e apontou que trata-se de uma medida que tarde ou cedo deverá ser adotada, apesar de sua impopularidade.

"É algo que se deve fazer de forma aberta, com envolvimento de toda a sociedade, no transcurso de uma discussão aberta. De qualquer maneira, não pode ser uma decisão abrupta. É preciso fazer de forma progressiva e suave, como em muitos países", disse a respeito.

O chefe do Kremlin lembrou que a Rússia é o único país europeu que ainda não adotou uma reforma da idade de aposentadoria, estabelecida neste país em 60 anos para os homens e 55 para as mulheres.

"Mas quero ressaltar que por enquanto não há nenhuma decisão a respeito", afirmou.

Mais de 1,6 mil jornalistas nacionais e estrangeiros compareceram à tradicional entrevista coletiva que Putin realiza todos os anos por estas datas.

No ano passado, o líder do Kremlin respondeu 62 perguntas em entrevista coletiva que durou 3 horas e 50 minutos.

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