Economia

Putin anuncia anistia para capitais que retornem à Rússia

Presidente russo também ressaltou que a Rússia deve acabar com a evasão impositiva de empresas russas através de paraísos fiscais


	Vladimir Putin: "os empresários têm razão quando reivindicam um marco legal estável e regras previsíveis, incluindo os impostos"
 (Marko Djurica/Reuters)

Vladimir Putin: "os empresários têm razão quando reivindicam um marco legal estável e regras previsíveis, incluindo os impostos" (Marko Djurica/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 09h11.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta quinta-feira uma anistia fiscal para os capitais que retornem ao país, em seu discurso sobre o estado da nação em um momento no qual a economia russa chega perto da recessão.

Putin também ressaltou que a Rússia deve acabar com a evasão impositiva de empresas russas através de paraísos fiscais.

"Quem legalizar seus recursos e propriedades na Rússia, receberá sólidas garantias de que não será perseguido por diferentes órgãos estatais, entre eles as forças de ordem, nem serão questionados pela origem do capital", disse Putin durante seu discurso perante o plenário do parlamento.

A anistia será "total" e será feita de "uma só vez", esclareceu o líder do Kremlin, que acrescentou que após a implementação dessa medida, a Rússia deveria "virar a página dos paraísos fiscais na história de nossa economia e de nosso país".

A atrevida decisão fiscal se inscreve dentro das medidas propostas por Putin para superar a complexa situação econômica que atravessa o país, próximo de uma recessão pela queda dos preços do petróleo e as sanções do Ocidente, e com o rublo depreciado em 50% desde om começo do ano.

O ministro da Economia russo, Alexei Uliukayev, reagiu ao anúncio para assinalar que a anistia fiscal contribuirá "sem dúvida alguma" a superar o arrefecimento da economia.

Por outro lado, e obrigado a reagir à brusca queda do rublo dos últimos dias, o presidente russo acusou os especuladores de serem os culpados pela desvalorização que sofreu a moeda nacional.

"Peço ao Banco da Rússia e ao governo que iniciem ações duras e coordenadas para aplacar as vontades dos chamados especuladores que se aproveitam das oscilações do rublo", disse Putin, que acrescentou que "as autoridades sabem que são".

A moeda russa bateu ontem outro recorde negativo em sua cotação perante as principais divisas internacionais na Bolsa de Moscou, onde um euro chegou a ser trocado por 67,9 rublos, enquanto a moeda americana alcançou os 54,86 rublos.

Putin quis afastar os temores de muitos empresários e cidadãos mais poderosos ao anunciar que a política fiscal do país permanecerá inváriavel pelo menos durante os próximos quatro anos.

"Os empresários têm razão quando reivindicam um marco legal estável e regras previsíveis, incluindo os impostos. Estou totalmente de acordo. Proponho fixar as regras atuais para os próximos quatro anos e não voltar a esta questão", apontou.

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